FEVEREIRO 2016
PRECISO DE FéRIAS… DOS MEUS FILHOS!
Dra. Mara Abreu 
Psicóloga Educacional na Empresa Eu’Génio 
mmaraabreu@hotmail.com

Confesse lá, aqui que ninguém que nos ouve, que já pensou em tirar férias dos seus filhos, deixá-los com os avós e passar um fim-de-semana numa casa de campo, ir à praia sem ter de se preocupar com o protetor, o chapéu, sem fazer de árbitro nos arrufos entre irmãos e sobretudo, sem a chatice de ter de medir cada passo, cada atitude, cada gesto, sem ter de pensar se está a fazer tudo bem, se é uma boa mãe ou um bom pai. 
Os filhos não nascem com um manual de instruções, é um facto. Isto obriga a que os pais se dediquem ao longo das diferentes etapas de desenvolvimento, na procura de estratégias para ultrapassar os desafios do dia-a-dia (e são imensos os desafios, verdade?): é necessário estar atento ao crescimento, à alimentação, à relação com os colegas, saber se a criança está bem e feliz em casa, na escola, na catequese, na natação e se está a cumprir os objetivos do seu ano escolar. Para além dos pais terem esta missão de garantir a saúde e o bem-estar dos seus filhos, também trabalham, têm momentos bons e menos bons e precisam de tempo e espaço para gerir os seus problemas e emoções. Encontrar o equilíbrio entre dois mundos tão preenchidos parece estar a levar alguns pais ao limite.
A rotina instala-se a cada segunda-feira: de manhã bem cedinho começa o dia com o pequeno-almoço e uma birra à mistura, depois as crianças seguem para a escola e os pais para o trabalho, o dia passa a correr, quando dão conta está na hora de ir busca-las à escola, dar banho, fazer o jantar, orientar os TPC e dormir. Ficou um abraço por dar, uma história por ler mas alguém tem que engomar a montanha de roupa que cresce de dia para dia! Instala-se a culpa, o cansaço e é tão difícil quebrar este ciclo vicioso. Há dias uma mãe de olhar triste e cansado, confessava-me “eu adoro os meus filhos mas sabe o que eu precisava mesmo? Era de umas mini-férias de ser mãe. Estou muito cansada. Assim que passasse a primeira hora provavelmente voltaria a correr para casa para abraçar os meus filhos mas sinto que preciso de tempo, para mim, para respirar fundo”. Passar um dia longe das preocupações com os filhos até poderia aliviar o cansaço desta mãe mas regressada a casa voltaria à rotina habitual, desgastante e interminável. Passado uns dias, estaria a precisar de férias novamente. Se o problema é a rotina, impor regras e limites para que os filhos sejam responsáveis, autónomos e para que colaborem mais em casa, então o primeiro passo é: (re)pensar na forma como organiza os seus dias. Como? Experimente planear cada dia reservando algum tempo para si, por exemplo, para beber um café numa esplanada ou fazer uma caminhada. Se quer que os seus filhos sejam mais autónomos, atribua tarefas domésticas adequadas à idade, afinal de contas, a casa é de todos logo todos que lá vivem devem ajudar. Oriente a realização dos TPC e a organização do material escolar para o dia seguinte de forma a que, o seu filho aprenda a fazê-lo sozinho. Ah! E sempre que possível, namore! Faz bem à saúde e à sua relação. Uma ida ao cinema a dois de vez em quando não tornará o seu filho uma criança infeliz. 
Eu não sou mãe mas analisando a experiência dos que me rodeiam percebo que educar uma criança é algo extraordinário mas desgastante, implica despender muito tempo e esforço para que os pequenos artistas que deixam a casa virada do avesso, dizem asneiras, choram, fazem birras, cresçam bem e felizes. Mas acredito que toda a e dedicação e tempo investidos valem a pena, pois ao final do dia o mais importante é que os filhos olham para os pais como grandes exemplos, como heróis. 
Não se esqueça que é um ser humano, que errar é algo natural e faz parte do seu crescimento pessoal. Se uma estratégia não resultar tente outra e outra. E se se esgotarem as estratégias, peça ajuda. A mudança pode ser difícil de implementar mas no fim valerá a pena o esforço. 




 


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