DEZEMBRO 2015
DIABETES MATOU 1,5 MILHõES EM 2012
Dra. Sofia Granito
Especialista em Medicina Interna
sofiagranito@gmail.com

A diabetes mellitus é uma doença crónica, que se caracteriza por elevação do nível sanguíneo de glicose, o que danifica órgãos nobres como o coração, os rins, os olhos, os vasos sanguíneos e os nervos, levando a complicações microvasculares (retinopatia diabética, que pode culminar em cegueira ou insuficiência renal, podendo ser necessária diálise para substituir a função renal) e/ou macrovasculares (AVC, enfarte do miocárdio). 
Segundo a OMS existem 347 milhões de pessoas diabéticas no mundo, sendo esta já considerada uma epidemia global, que se estima aumentar até 2030, ano em que se prevê ser a 7ª causa de morte. Na próxima década, projeta-se o aumento em 50% de mortes diretamente relacionadas com esta doença. Em 2012 foi responsável por 1,5 milhões de óbitos, devido a complicações cardiovasculares. A diabetes tipo 2 representa 90% dos casos. Mesmo na infância, tem havido um aumento deste tipo de diabetes, o que reflete o aumento de peso e a inatividade física, desde cedo.
A diabetes tipo 1 é devida a uma quase ausência da produção de insulina pelo pâncreas. Surge na infância, é inevitável e é mais rara. O tratamento consiste na administração da insulina em falta e o seguimento é sempre feito pelo Endocrinologista. A diabetes tipo 2 é uma entidade clínica distinta, surge no adulto, está muito associada à obesidade, inatividade física e erros alimentares. Traduz pelo menos inicialmente uma incapacidade do organismo utilizar a insulina produzida. Evolui para um défice da sua produção, podendo chegar a ser necessária a administração de insulina exógena, tal como na diabetes tipo 1.
A boa notícia é que a diabetes tipo 2 pode ser prevenida. Pode-se dizer que existe uma “tendência familiar”, mas é uma doença complexa, que envolve múltiplos genes e fatores ambientais, daí a importância do comportamento individual. Podem haver alguns sintomas, mas antes do diagnóstico (ou seja, quando o indivíduo ainda não sabe que é diabético), geralmente estes não existem ou são muito discretos, o que quer dizer que a diabetes pode ter uma evolução silenciosa e por isso, muitas vezes, aquando do diagnóstico já existem repercussões nos órgãos-alvo, atrás referidos, ou seja, o diagnóstico acaba por ser tardio. Para evitar esta situação, a população deve ir ao médico mesmo sem estar (ou sem saber que está) doente. O tratamento visa reduzir os níveis circulantes de glicose e isso faz-se com uma panóplia de fármacos disponíveis (por vezes com necessidade de complementar ou escalar para insulina), sempre associado a uma dieta saudável e exercício físico. É fundamental o ensino do doente em várias vertentes, desde a monitorização da glicemia capilar, o alerta para os sinais e sintomas de hipoglicemia e educar para a importância da realização de exercício físico regular (à medida de cada um), cerca de 30 minutos, pelo menos 3 vezes por semana e da adoção de uma dieta completa, equilibrada e variada, ou seja, não é necessário nem tão pouco recomendável passar fome. O diabético deve comer como qualquer outra pessoa, a cada 2-3 horas e conforme consta na “roda dos alimentos”: ingerir 1,5 a 3 litros de água por dia, consumir alimentos de todos os grupos, e dentro de cada grupo, variar, respeitando as quantidades representadas. Por fim, mas não menos importante, o diabético tem que ter extremo cuidado com os pés, utilizar calçado adequado, porque como costuma ter alterações da circulação e da sensibilidade periféricas (as lesões nos vasos e nos nervos, já referidas) pode mesmo fazer feridas sem se dar conta, com muita dificuldade na cicatrização das mesmas. O diabético tipo 2 pode ser seguido por um médico especialista em Medicina Geral e Familiar ou em Medicina Interna, que referenciará o doente ao Endocrinologista, em casos selecionados, sempre que se justifique.

CUIDADOS A TER
O diabético deve comer como qualquer outra pessoa, a cada 2-3 horas e conforme consta na “roda dos alimentos”: ingerir 1,5 a 3 litros de água por dia, consumir alimentos de todos os grupos, e dentro de cada grupo, variar, respeitando as quantidades representadas. Por fim, mas não menos importante, o diabético tem que ter extremo cuidado com os pés





 


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