ABRIL 2014
CANCRO DA MAMA - DO MITO à REALIDADE
Dr. António Marçalo
Médico especialista em Radiodiagnóstico
redimagem@hotmail.com

O cancro de mama é a doença maligna mais comum, bem como a principal causa de morte das mulheres, em todo o mundo. Em Portugal, uma em cada 11 mulheres irá ter cancro da mama ao longo da sua vida e actualmente numa população feminina de 5 milhões, surgem 4.500 novos casos de cancro da mama por ano. Curiosamente, mais do que para qualquer outra forma de cancro, os mitos e a desinformação têm proliferado e existem várias teorias, sem qualquer fundamento científico, mas que são responsáveis pela maioria das perguntas colocadas no dia-a-dia. Assim começamos por frisar que não existem estudos conclusivos, que indiquem que o cancro da mama seja causado por pancadas, hematomas, desodorizantes, anti-transpirantes, sutiã com armação, implantes mamários, cafeína ou pela mamografia. Quanto a este último ponto, devemos esclarecer que a realização deste exame pressupõe uma dose de radiação equivalente à que somos sujeitos no nosso dia-a-dia, durante um período de 7 semanas. Um grande responsável por esta radiação ambiental é um gás natural, chamado radão que existe no solo e nas nossas casas e é curiosamente um dos produtos inalados no fumo do tabaco, tendo-se determinado que a dose de radiação média absorvida no fumo de 55 cigarros equivale à obtida durante uma mamografia. 

O que é o cancro?
O cancro é um conjunto de doenças, que têm em comum uma falha no mecanismo de controle da multiplicação das células, que crescem indefinidamente, formando um tumor. Em relação aos cancros invasivos da mama, calcula-se que este processo possa acontecer 6 a 10 anos antes de ser detectado numa mamografia e quase 2 anos antes de ser sentido na palpação. Ninguém entende perfeitamente a origem do cancro, mas os factores de risco identificados, dividem-se em duas categorias: os que podem ser controlados, como uma dieta adequada, o controlo de peso, o exercício, a redução do consumo do álcool e do tabaco e os que estão fora do controle, tais como a história familiar e a idade. Ter um factor de risco ou mesmo vários, não significa que a doença, é inevitável. A maioria das mulheres que têm factores de risco do cancro da mama, nunca o desenvolve, enquanto muitas mulheres sem risco aparente são afectadas. Embora a possibilidade de cancro da mama seja maior entre as mulheres cujo parentes próximos tiveram cancro de mama, chegou-se à conclusão que menos de 15% das mulheres têm um membro da família com esta doença, o que significa que a maioria (mais de 85%), não tem história familiar da mesma. Embora não haja maneira eficaz de prevenir o cancro da mama, o seu diagnóstico atempado, é decisivo numa fase em que seja maior a probabilidade de sucesso no tratamento. A primeira medida a adoptar neste sentido é o auto exame e posteriormente a realização de mamografia e ecografia mamária, que conseguem detectar pequenas lesões, quase dois anos antes de serem palpáveis. Nos Estados Unidos a totalidade das associações médicas incluindo o Instituto Nacional do Cancro, emitiram directrizes, indicando que a partir dos 40 anos, todas as mulheres devem efectuar mamografias. Também existem testes genéticos, para detectar o cancro da mama hereditário, que são no entanto dispendiosos, pelo que só deverão ser realizados quando existe uma suspeita razoável de que possa estar em causa uma mutação.

DESTAQUES:
MITOS SOBRE CANCRO DA MAMA
Pancadas e hematomas causam o cancro da mama.
Todos os  estudos realizados não encontraram uma associação entre o cancro da mama e os traumatismos.

A maioria dos nódulos mamários são cancerosos
Cerca de 80 % dos nódulos nos seios das mulheres são causados por alterações benignas (não cancerosas), quistos ou outras condições das quais apenas uma pequena percentagem poderá evoluir para cancro, mas a descoberta de um nódulo persistente no peito ou qualquer alteração do tecido mamário, não devem ser ignoradas. 
 
Os homens não têm cancro de mama
Muito pelo contrário, o cancro da mama do homem embora menos frequente do que o da mulher, tem uma taxa de mortalidade superior, principalmente porque os homens estão menos alertados para este problema, ou hesitam em recorrer a ajuda médica, o que pode causa um atraso no diagnóstico e início da terapêutica.

O sutiã com armação aumenta o risco de contrair cancro da mama
As alegações de que sutiãs com armação ao comprimir o sistema linfático do peito, fariam com que as toxinas se acumulassem causando o cancro da mama, tem sido amplamente desmentida como não-científica.





 


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