MARçO 2014
SAúDE ÍNTIMA NO FEMININO
Dra. Sara Duarte – Farmacêutica
sara.duarte@farmaciadocanico.pt

No artigo de hoje irei abordar os principais cuidados de saúde que as Mulheres devem ter. Sem surpresa, estes cuidados estão relacionados com os caracteres sexuais primários (órgão sexual e sistema reprodutor) e secundários (ex. glândula mamaria desenvolvida) femininos. 
Desde logo, a Higiene íntima da mulher. A mucosa vulvovaginal tem características diferentes da restante superfície corporal. Por isso, deve ser usado um produto de limpeza específico para esta zona do corpo e que respeite as suas características particulares.
Como escolher o produto certo? As soluções assépticas para uma higiene íntima diária são completamente desaconselhadas pelos profissionais de saúde. Isso porque são produtos que conseguem destruir a flora natural da mucosa vulvovagina na sua totalidade, e esta funciona como principal barreira de defesa dos órgãos genitais. 
Assim,o produto eleito deverá ser não agressivo, não assético, não irritante (sem perfume), descongestionante, tonificante e, principalmente que respeite o pH desta mucosa. O pH da mucosa vulvovaginal não é estático, sofre alterações ao longo da vida da mulher. Por isso é errada a ideia de mãe e filha poderem usar o mesmo produto de higiene íntima.
Na infância até à puberdade e depois da menopausa o pH desta mucosa é neutra. Por essa razão, durantes estas fases da vida da mulher, os produtos de limpeza devem ter um pH próximo de 7. A partir da puberdade e durante toda a idade fértil até à menopausa o pH passa a ácido. Por isso, nestas faixas etárias devem ser preferidos produtos com pH baixo (3,5 – 5).
Levadas em conta estas indicações na escolha do produto de higiene intima, conseguir-se-á uma correta manutenção da flora vulvovaginal e, consequentemente, uma boa proteção contra agentes patogénicos (por exemplo: cândidas, bactérias, etc.).

Consulta de Ginecologia
A Ginecologia/Obstetrícia é por excelência a especialidade médica das mulheres. Todas as mulheres devem ser seguidas por um clínico desta especialidade. Por rotina, a regularidade destas consultas deve ser uma vez por ano.
A primeira consulta poderá apenas consistir no esclarecimento de dúvidas sobre o funcionamento do sistema reprodutor, dos métodos contracetivos existentes e outros assuntos relacionados com a sexualidade. Pode acontecer durante a adolescência e é fundamental que decorra antes do início da vida sexual. Se tal não acontecer, é imprescindível realizá-la logo após a primeira relação sexual.
No decorrer das consultas de ginecologia normalmente são realizados vários exames que ajudam a detetar possíveis patologias. Entre os mais comuns estão:

- A Palpação Vaginal – é considerada o método mais prático e menos invasivo para avaliar o funcionamento do pavimento pélvico;
- A Ecografia Ginecológica – permite visualizar com elevado detalhe anatómico os órgãos pélvicos. 
- O Exame Papanicolau (citologia) – tem como objectivo o rastreio do cancro do colo do útero e permite também diagnosticar doenças sexualmente transmissíveis. O médico habitualmente realiza uma palpação mamária exaustiva com o objetivo de detetar qualquer alteração na morfologia da mama e dos tecidos adjacentes. Este procedimento é importante para a deteção e prevenção do cancro da mama.

Cuidadopreventivos em relação ao cancro da mama
Para além da já referida ida anual à consulta de ginecologia, todas as mulheres a partir da primeira menstruação devem fazer o auto-exame da mama. Este deve ser feito uma vez por mês, sempre dois ou três dias após a menstruação. Uma boa ideia é fazê-lo durante o banho. Com a mão ensaboada é mais fácil deslizar ao longo da mama e axila e perceber se há alguma alteração ou diferença por comparação com o mês anterior. Caso seja detectado algo de diferente, deve-se consultar de imediato o médico de família ou o ginecologista. Em 95% do total de casos de cancros da mama, são as próprias mulheres a dar o alarme, e quanto mais cedo o cancro for detetado maiores são as probabilidades de cura. 
A partir dos 50 anos de idade é aconselhável todas as mulheres fazerem anualmente uma Mamografia. (esta idade não é unanime para os profissionais de saúde, há evidencias que demonstram haver benefício em começar a realizar este exame a partir dos 40 anos).

Vacinacontra o Vírus do Papiloma Humano (HPV)
A vacinação contra o Vírus do Papiloma Humano é um dos métodos mais eficaz de prevenção do cancro do colo do útero. Este vírus é responsável por um elevado número de infecções que em certos casos podem evoluir para processos cancerígenos. 
Assim,para além de outras medidas preventivas, nomeadamente comportamentais, é de máxima importância a vacinação feminina contra este vírus. A vacina não protege contra todos os tipos de HPV que podem provocar cancro, mas abrange os mais frequentes. 
Devidoao caráter preventivo desta vacina, ela deve ser administrada de preferência antes do início da vida sexual ativa. A idade recomendada para a vacinação é entre os 12 e os 13 anos de idade e estão recomendadas três doses. Mesmo mulheres adultas com vida sexual activa também devem fazer a vacina.

DESTAQUE:
As consultas de ginecologia são extremamente importantes, mas também existem certos cuidados e rotinas que a própria mulher deve ter.





 


 


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