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O propósito deste artigo é dar a conhecer a toda a população, sobretudo àqueles que nesta altura do ano ingressam no ensino superior, o que é a Fisioterapia e como actuam os fisioterapeutas ao longo da sua carreira, bem como enunciar as diversas áreas em que devem os fisioterapeutas estar presentes na saúde.

Desde o início do seculo XIX, tanto nos Estados Unidos como em Inglaterra, para tratamento de distúrbios ortopédicos, neurológicos, ginecológicos, reumatológicos, e crianças em idade escolar com problemas, equipas de saúde sentiram necessidade da especialização de profissionais em técnicas de massagem associadas a exercícios terapêuticos.

Com a crescente procura, criaram-se escolas com conteúdos programáticos científicos, a profissão de Fisioterapeuta passou a ser reconhecida e regulamentada e surgiram as primeiras associações, que existem até à data de hoje, a American Physical Therapy Association nos Estados Unidos e a The Chartered Society of Physiotherapy no Reino Unido. Com o decorrer dos anos, a necessidade de especialização foi aumentando e foi durante a I e II Guerras Mundiais que se deu o grande crescimento em todo o mundo da fisioterapia. O grande número de pacientes ortopédicos permitiu o aperfeiçoamento das técnicas, os estados reconheceram a acção dos fisioterapeutas também no tratamento da poliomielite e investiram na formação e nos serviços públicos de fisioterapia.

Em Portugal, foi também na altura da guerra do Ultramar que a fisioterapia se impôs como profissão e os fisioterapeutas iniciaram o processo de profissionalização no início na década de 60. Para tal contribuiu, em 1960, a criação da Associação Portuguesa de Fisioterapeutas e, mais tarde, o Centro de Medicina de Reabilitação, em Alcoitão, primeira instituição a formar técnicos de saúde com a designação específica de fisioterapeuta. Actualmente, é uma licenciatura disponível em vários locais do nosso país e do mundo. 

Apenas em 1985, os fisioterapeutas portugueses são integrados na carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica. Em 1999, foram aprovadas as definições de conteúdo funcional da profissão, que ainda hoje se mantêm em vigor (D.L no 569/99, de 21 de Dezembro), assim:

- O Fisioterapeuta perante um utente, colabora no diagnóstico clínico, mediante a avaliação das alteração aos padrões normais de movimento e funcionalidade dos utentes ao seu cuidado, identifica as áreas lesadas e formula objectivos para estruturar programas de tratamento adequados, com a finalidade de aumentar ou manter as capacidades físicas dos utentes. 

Para um tratamento efectivo, o fisioterapeuta orienta-se em artigos científicos credíveis e actuais, e acompanha a evolução da ciência; para isso existem formações complementares ao curso base de licenciatura.

Nos programas de tratamento, o fisioterapeuta utiliza técnicas especificas da profissão e trata utentes de diversas áreas da saúde, nomeadamente ortopedia, neurologia, neurocirurgia, cardio-respiratória, oncologia ou psiquiatria. A fisioterapia é um complemento para dar mais saúde e funcionalidade através do movimento passivo, activo ou resistido. 

O Fisioterapeuta também actua na prevenção da incapacidade: nas lesões desportivas e musculares, nas lesões por esforços repetidos nos locais de trabalho, nas crianças em idade escolar (alterações posturais), na saúde da mulher (incontinência urinária, pré e pós-parto), tendo um papel fundamental na ajuda do envelhecimento activo da população.

Cabe ainda ao fisioterapeuta ensinar aos utentes e seus familiares o modo de proceder mais adequado ao seu estado. O fisioterapeuta regista os resultados da sua intervenção e pode publicar estudos (existem várias revistas cientificas da área), devendo apresentar as estatísticas de sucesso da sua intervenção e analisar os insucessos para aperfeiçoar os seus programas.

Exerce em hospitais, centros de saúde, lares, consultórios, escolas, creches, recintos desportivos, nos domicílios, nas empresas, em estâncias termais terapêuticas, em ginásios, em piscinas, em centros de deficiência motora, hospitais psiquiátricos ou centros de recuperação de toxicodependência. No nosso país, o fisioterapeuta possui autonomia técnica. No entanto, actua em conformidade com o pré-diagnóstico, o diagnóstico e a prescrição terapêutica efectuados pelo médico de qualquer especialidade ou técnico superior da equipa de saúde em que está enquadrado. 

Os serviços de fisioterapia podem ser procurados por pessoas que não apresentam qualquer lesão, mas desejam melhorar o desempenho físico em geral, ou prevenir o risco de doença ou lesão. 

É uma profissão muito abrangente e extremamente gratificante, tanto para o utente como para o fisioterapeuta. Se ainda não tem o seu, recomendamos-lhe que procure um.

A sua Saúde nas nossas mãos! 

Faça fisioterapia SÓ com fisioterapeutas. 

Dia 8 de Setembro, dia Mundial da Fisioterapia.