Farmácia Caniço

sofia.ferreira@farmaciadocanico.pt

Cada vez mais, se fala em picadas de insectos, mais frequentemente de mosquitos. Têm sido várias as técnicas por nós usadas para nos protegermos das picadas dos mosquitos, bem como das doenças por eles transmitidas. Nomeadamente, temos o caso do mosquito Aedes Aegypti, mas também do mosquito mais comum, cuja picada, apesar de não transmitir doença, é fonte de muito desconforto.

De entre as técnicas usadas para nos protegermos, podemos considerar:

- Barreiras físicas, através de vestuário adequado, como o uso de camisolas de mangas compridas, calças, etc.

- Barreiras químicas, como os tão falados repelentes (naturais ou sintéticos). Estes são substâncias, na forma de creme, vaporizador, gel e stick, que ao serem aplicadas directamente sobre a pele ou na roupa evitam o aproximar dos mosquitos.

Uma vez que, por todo o mundo, os mosquitos são os vectores dos agentes que causam inúmeras doenças, entre as quais o dengue, a malária e a febre amarela, foram-se desenvolvendo diferentes moléculas usadas como repelentes. Entre elas, podemos salientar:

- DEET (com concentração entre 20% a 35%), ultimamente tão falado pela sua elevada eficácia como repelente, mas que não deverá ser usado directamente em crianças com menos de 3 anos nem em mulheres grávidas e a amamentar;

- IR3535, também eficaz contra o mosquito Aedes Aegypti (e igualmente contra o mosquito que transmite a malária, tal como o DEET);

- Óleo de Citronela, de origem natural, que é uma boa alternativa para crianças com menos de 2 anos;

- Óleo de Eucalipto;

- Icaridina.

Os repelentes cujos princípios activos são de origem sintética (por exemplo, DEET e IR 3535) são mais eficazes do que os de origem natural ( óleo de citronela e eucalipto) e, quanto maior a concentração de principio activo, mais eficaz será o repelente. Contudo, há também um maior risco de ocorrer uma reacção adversa à sua utilização, nomeadamente irritação da pele ou dos olhos. 

-Ao aplicar o produto, deverá sempre seguir as instruções dos produtos que estiver a usar. Regra geral, estes devem ser aplicados em todas as zonas do corpo expostas, na pele íntegra (não aplicar em feridas ou pele irritada), evitando a zona dos olhos e boca, mas também deverá aplicar o repelente por cima da roupa que está a usar, devendo reaplicar a cada 4 horas;

- Para aplicar o repelente no rosto, deverá primeiro aplicá-lo nas mãos e depois então deverá espalhá-lo com cuidado;

- Depois de aplicar o repelente deverá lavar as mãos;

- Em crianças, deverá usar produtos adequados à idade, especialmente em recém-nascidos, pelo elevado risco de ocorrer reacção adversa. Em casa, deveremos optar por usar redes mosquiteiras.

Em crianças com menos de 3 anos, os repelentes com DEET devem ser evitados, dando preferência aos repelentes à base de óleo de citronela por exemplo. Também temos como alternativa dispositivos que emitem ultra-sons (sejam portáteis ou para ligar à corrente eléctrica), que para nós humanos são imperceptíveis e inofensivos. 

É também de salientar que não se deve aplicar repelente nas mãos de crianças pequenas, pois elas levam as mãos à boca e aos olhos com muita facilidade.