SETEMBRO 2012
INDIGESTãO
Dra. Filipa Góis – Farmacêutica
filipagois1@hotmail.com

A dispepsia, comummente referida como indigestão, é caracterizada por um conjunto de sintomas relacionados com o trato gastrointestinal superior, que se reflectem num mal-estar abdominal (sensação de estômago cheio ou sensação de dor corrosiva / queimação), podendo ser acompanhada de libertação de gases, provenientes do estômago, aumento dos ruídos intestinais, falta de apetite, náuseas, prisão de ventre, diarreia e flatulência (libertação de gases intestinais). 

A dispepsia pode ser causada por vários factores, uns modificáveis, relacionados com o estilo de vida e medicamentos utilizados, outros relacionados com doenças do trato gastrointestinal.

A ingestão de determinados alimentos (demasiado condimentados, ricos em fibra ou muito gordos), cafeína ou álcool em excesso, bebidas gaseificadas ou tabaco, bem como o hábito de comer demasiado rápido e/ou em quantidades excessivas, o acto de assumir a posição deitada logo após uma refeição ou a utilização de roupas muito apertadas, podem desencadear ou agravar os sintomas acima referidos.

Também a ansiedade pode provocar dispepsia, provavelmente porque a pessoa ansiosa tende a suspirar ou a inspirar, engolindo ar, que provoca distensão gástrica ou intestinal, podendo ainda contribuir para o aumento da percepção de sensações gastrointestinais desagradáveis. 

A utilização de determinados medicamentos, mais frequentemente a aspirina, os anti-inflamatórios e os antibióticos, contribui para o aumento da acidez no estômago, podendo provocar sintomas. 

A dispepsia pode também estar associada à doença do refluxo gastroesofágico, gastrite (inflamação do estâmago) e úlcera péptica (algumas vezes associadas à infecção por Helicobacter pylori), doença da via biliar e neoplasia do estômago.

Podem ser adoptadas algumas medidas que previnem o aparecimento da dispepsia e que incidem, sobretudo, nos factores relacionados com o estilo de vida, nomeadamente: 
- Comer calmamente e mastigar bem os alimentos;
 - Fazer uma alimentação de forma fraccionada (entre seis a oito refeições diárias, em pequenas quantidades);
- Reduzir a ingestão de alimentos condimentados e com grande quantidade de gordura;
- Evitar alimentos que contenham cafeína (como por exemplo, café, chá preto e chocolate), álcool, tabaco e outras substâncias que possam provocar a irritação da mucosa gástrica;
- Evitar comer duas a três horas antes de dormir;
- Alimentar-se em posição erecta; 
- Não se recostar ou deitar após uma refeição; 
- Manter horários regulares para fazer as refeições; 
- Não usar roupas e acessórios apertados; 
- Praticar exercício físico (mas nunca após uma refeição).

Em caso de crise aguda, a roupa deverá ser desapertada para evitar qualquer tipo de compressão e a pessoa deverá deitar-se e tentar relaxar. Os medicamentos antiácidos poderão ser uma opção no alívio dos sintomas associados a este distúrbio. Contudo, se os sintomas descritos forem recorrentes ou persistirem por longos períodos, se ocorrerem vómitos com sangue, perda de peso ou de apetite, fezes negras, dificuldade respiratória ou sudação excessiva, deverá ser agendada uma consulta médica. 


 


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