MAIO 2012
CONVULSõES FEBRIS
Dra. Sofia Ferreira – Farmacêutica
sofia.ferreira@farmaciadocanico.pt

As convulsões febris são definidas como crises convulsivas na presença de febre (superior a 38ºC), aparecem nos primeiros anos de vida e geralmente manifestam-se entre os três meses e os seis anos de idade, tendo o seu pico de incidência entre os oito e os 20 meses. Estas atingem cerca de 2% a 5% das crianças, nas idades acima referidas, verificando-se maior frequência no sexo masculino.

Regra geral, as convulsões febris são de carácter benigno, sem que haja uma lesão neurológica como causa, ou seja, as convulsões febris são na sua maioria provocadas por doença febril, coincidindo o seu aparecimento com a subida repentina da temperatura, o que faz com que, em muitos casos, este seja o primeiro sinal de infecção na criança.

O início da convulsão febril é dramático e repentino, com pouco ou nenhum aviso. Durante a crise, a criança fica inconsciente (completa falta de resposta a estímulos), o corpo fica rígido, apresentando movimentos involuntários e descoordenados dos braços e pernas (espasmos musculares), poderá também revirar os olhos e espumar pela boca, apresentar os dentes cerrados é ter incontinência urinária. 

Contudo, regra geral, apesar de parecer que dura uma «eternidade» a quem está a assistir, a convulsão febril dura apenas alguns minutos (normalmente 1 a 2 minutos) e finda a convulsão, a criança rapidamente recupera, apesar de se poder apresentar ligeiramente sonolenta durante um pequeno período de tempo.

As convulsões febris podem ser classificadas em dois tipos: simples, quando a sua duração é curta (menos de 15 minutos), não apresentam recorrência no período de 24 horas e por norma param por conta própria, mas na ausência destes critérios são designadas por convulsões febris complexas.

Como baixar a febre?

Deve-se aligeirar a roupa, retirar a roupa em excesso, deixando a criança com roupa fresca e deitando-a num ambiente fresco, de modo a facilitar o seu arrefecimento;
Aplicar panos frios no rosto e pescoço e passar uma esponja com água tépida (morna) no resto do corpo;
Administrar a medicação para baixar a febre na dose e tomas recomendadas pelo médico pediatra;
Não forçar a criança a comer, pois poderá provocar-lhe vómitos, mas devemos oferecer água com bastante frequência. 

O que fazer perante uma convulsão febril?

Um dos principais cuidados a ter será evitar um qualquer traumatismo acidental durante a convulsão, devido aos espasmos musculares, pelo que se deverá deitar a criança numa superfície plana, no chão por exemplo, desviando do seu alcance qualquer objecto que a posso magoar; 
Não introduzir nada da boca da criança, nomeadamente chupetas, nem agarrar a criança de modo a impedir os movimentos involuntários do seu corpo; 
A criança deverá ser colocada com a cabeça de lado, de modo a evitar que se engasgue com a própria saliva; se os dentes estiverem cerrados não se deve tentar abrir a boca da criança.

Quais as suas causas?

Apesar de ser um tema que ainda gera muitas dúvidas, considera-se que a associação de vários factores pode desencadear a convulsão febril. Entre eles podemos destacar:

A imaturidade cerebral das crianças - pensa-se que este factor facilita a ocorrência de convulsões febris, uma vez que estas se verificam apenas em lactentes e crianças, contudo a natureza deste mecanismo é ainda desconhecida;
A Febre - as crises têm maior probabilidade de ocorrer com temperaturas elevadas, superiores a 38ºC, mas também podem ocorrer com temperaturas inferiores, quando o aumento da temperatura é repentino;
Há também a considerar a predisposição genética, ou seja, observa-se maior ocorrência de convulsões febris em crianças com membros da família com este quadro.

É possível prevenir?

A prevenção deverá passar pelo controlo cuidadoso da febre da criança doente, mantendo-a com roupas frescas e em ambiente pouco quente. Deve-se administrar precocemente medicamentos antipiréticos no caso de a criança ter febre.


 


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