JULHO 2011
LEUCOSE FELINA
Dr Eduardo Hernandéz Loreto - Médico Veterinário
convetcanico@gmail.com

O vírus da leucose felina (FeLV), é um retrovírus, assim chamado devido à forma como se comporta dentro das células infectadas. Todos os retrovírus, incluindo o vírus da imunodeficiência felina (FIV) e vírus da imunodeficiência humana (HIV), produzem uma enzima, chamada “transcriptasa reversa”, a qual lhes permite inserir cópias do seu próprio material genético nas células infectadas.

Embora relacionados, o FeLV e o FIV diferem em muitos aspectos: os dois vírus são bastante diferentes geneticamente, e as proteínas que os constituem diferem em tamanho e composição. Embora as doenças causadas pelo FeLV e pelo FIV sejam semelhantes, as suas causas são diferentes.

Os gatos infectados pelo vírus da leucose felina são encontrados em todo o mundo, mas a prevalência da infecção varia muito, dependendo da idade, estado geral, ambiente, alimentação e estilo de vida.

Nos países mais avançados no que respeita ao cuidado dos animais, estima-se que a prevalência de FeLV ande entre os 2 a 3 por cento. Nos Estados Unidos da América a doença está quase extinta – isto deve-se à alta taxa de gatos vacinados, bem como ao controlo e esterilização dos animais de rua. Noutras regiões, onde a vacinação não é prática frequente, havendo também uma deficiência no controlo dos animais errantes, as taxas de infecção são significativamente maiores, podendo atingir os 13 por cento ou mais.

Como é transmitida a Leucose Felina?
Os gatos infectados agem como portadores ou fontes da infecção. O vírus está presente em quantidades muito elevadas na saliva e secreções nasais, mas também na urina, fezes e leite das gatas infectadas. A transferência de vírus de um animal a outro pode ocorrer a partir de uma ferida; durante uma briga, durante o lambido mútuo, e (embora raramente), através do uso compartilhado de caixas de areia e utilização de comedouros e bebedouros partilhados.

A transmissão também pode ocorrer a partir da mãe infectada para os seus filhotes, quer seja antes do seu nascimento, ou após o mesmo, quando estiver a amamentar. O vírus não sobrevive muito tempo fora do corpo de um gato.

Que animais estão em maior risco de infecção?
Os gatos em maior risco de infecção são aqueles que estão expostos a outros animais infectados, quer seja através do contacto próximo ou através de mordidas ou arranhadelas. Entre estes, temos:
  • Animais que convivem com gatos infectados ou com gatos cujo estado de protecção ou infecção é desconhecido;
  • Gatos não vacinados aos quais lhes é permitido conviverem ao ar livre sem supervisão, podendo ser mordidos ou arranhados por animais infectados;
  • Gatinhos nascidos de mães infectadas;
  • Os gatinhos jovens são muito mais susceptíveis à infecção do que os adultos e, portanto, estão em maior risco de contágio, se forem expostos.

Como actua a doença no animal?
O vírus da leucose felina afecta negativamente o corpo do gato de muitas formas. É a causa mais comum de cancro em gatos, podendo ocasionar diferentes tipos de desordens sanguíneas, levando a um estado de deficiência imunitária, que pode impossibilitar o animal de se proteger contra outras infecções. As bactérias, vírus, protozoários e fungos que habitualmente se encontram no ambiente em que os gatos convivem diariamente e que não afectam os animais saudáveis, podem causar doenças graves em animais com o sistema imunológico debilitado. Estas infecções secundárias são responsáveis por muitas das doenças associadas à leucose felina.

Sinais da Leucose Felina
Durante os primeiros estágios da infecção, é comum que os gatos não apresentem quaisquer sinais de doença. No entanto, ao longo do tempo (semanas, meses ou mesmo anos), a saúde do gato pode deteriorar-se progressivamente, podendo caracterizar-se por períodos de  doença recorrente, intercalados com períodos de relativa saúde. Os sinais são muito variados e podem incluir:
  • Perda de apetite;
  • Perda de peso lenta mas progressiva, seguida por desnutrição grave no final do processo;
  • Mau estado da pele e pelos;
  • Aumento dos gânglios linfáticos;
  • Febre persistente;
  • Palidez das gengivas e outras membranas mucosas ;
  • Inflamação da gengiva (gengivite) e boca (estomatite);
  • Infecções da pele, tracto urinário e trato respiratório superior;
  • Diarreia persistente;
  • Convulsões, alterações de comportamento, e outras desordens neurológicas;
  • Vários tipos de doenças oculares;
  • Aborto, e outras falhas reprodutivas.

O que fazer?
  • Realizar um programa de vacinação completo desde que o gatinho tenha 9 semanas de idade;
  • Pedir ao seu veterinário que inclua a vacinação contra a Leucose Felina;
  • Realizar uma análise aos animais mais velhos que não sejam vacinados e realizar a vacinação ou tratamento de suporte, conforme o caso;
  • Evitar que o seu gato não vacinado ande em liberdade até um mês depois da última vacina;
  • Castrar ou esterilizar os gatos e gatas para reduzir as feridas ocasionadas pelas brigas durante a época do acasalamento;
  • Se sabe que o seu animal é portador da doença, não deve permitir o convívio com outros gatos;
  • Solicite ao veterinário aconselhamento relativamente ao tratamento. Esta doença não tem cura, mas é possível adoptar procedimentos e fazer tratamentos que ajudam a evitar o aparecimento de infecções secundárias e a melhorar a qualidade de vida do animal, incluindo ao nível da alimentação.


 


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