FEVEREIRO 2011
CáLCULOS RENAIS
Dra. Ana Ramos - Farmacêutica
ana.ramos@farmaciadocanico.pt

Quem sofreu de um cálculo renal terá 50 por cento de hipóteses de voltar a sofrer um novo episódio num periodo de 5 a 10 anos, de acordo com os dados fornecidos pela Associação de Doente Renais do Norte de Portugal (ADRNP).

Os cálculos renais ou “pedras nos rins” são os nomes comuns dados à litiáse urinária ou urolitíase. Ou seja,  formação de um depósito sólido de ions e sais minerais, como por exemplo de cálcio, oxalato, fósforo e ácido úrico formados no interior do rim. Quando existe excesso destes minerais, há uma tendência para que estes se depositem e se cristalizem no interior do rim. Esta situação pode conduzir a diferentes estados de situação: aumento do tamanho do cristal, eliminação esponânea ou estabilização.

Os cálculos na bexiga urinária podem causar dor na parte inferior do abdómen, ao passo que os cálculos que obstruem o ureter podem ocasionar dor de costas e cólicas muito dolorosas (cólica renal) -estas são intermitente e geralmente a dor tem início num lado das costas com irradiação para a zona dos órgãos genitais ou para a parte interna da coxa do mesmo lado. Náuseas, vómitos, distensão abdominal, calafrios, febre e sangue na urina são sintomas frequentes numa situação de cálculo renal. Muitas vezes, pode ocorrer uma infecção da via urinária, devido ao acumular de urina, uma vez que as bactérias aí presentes podem potenciar uma infecção.

Segundo a ADRNP, uma em cada 200 pessoas pode sofrer de um cálculo renal ao longo da sua vida. Determinadas pessoas têm maior probabilidade de desenvolver a doença relativamente a outras, fundamentalmente devido a determinados factores, como:

- Factores genéticos (cálculos renais na família);
- Baixa ingestão de água;
- Alterações intestinais;
- Alterações no processo de absorção ou eliminação renal;
- Doentes com Gota têm maior propenção para um cálculo renal, devido à acumulação de ácido úrico.

Nem todos os doentes com um cálculo renal necessitam de tratamento, pois em quase 80 por cento dos casos, este acaba por desaparecer espontaneamente. No entanto, os restantes 20 por cento dos casos necessitam de alguma forma de tratamento.

Analgésicos e antiespasmódicos são muitas vezes prescritos para alivar os principais sintomas do doente. Dependendo do tipo de cálculo renal e do tamanho, existem diferentes tipos de tratamento que podem ir desde a utilização de ondas de choque (litotripsia extracorpórea), que fragmentam o cálculo em pequenas partes sendo este posteriormente eliminado pela urina, até à cirurgia. No caso dos cálculos de ácido úrico, são facilmente dissolvidos através alcalinização da urina, com citrato de potássio por exemplo, mas outros tipos de cálculos necessitam de outros métodos.

A prevenção é o melhor remédio

A melhor forma de prevenir é aumentar a ingestão de água, de forma a produzir grandes quantidades de urina, cerca de 2 litros por dia.  

Todos os pacientes que já sofreram de um episódio devem realizar exames anuais de sangue e urina para avaliar os niveis de cálcio, fósforo, ácido úrico, cistina, fosfatase alcalina. Em caso de valores alterados, devem fazer um ajuste na alimentação, uma vez que alimentos que contenham estes elementos devem ser evitados ou reduzidos.

Peça ajuda ao seu médico e nutricionista para saber quais os alimentos mais adequados para si. Deve iniciar a toma de um medicamento caso o seu médico assim o prescrever.

Uma vez detectado um cálculo renal, o doente deve ser tratado o mais cedo possível para evitar complicações, como obstrução das vias urinárias, infecção, diminuição da função renal e insuficiência renal.

Calcula-se que o aumento da ingestão de água, juntamente com a alteração da alimentação, pode reduzir em quase 60 por cento a ocorrência de cálculos renais compostos de cálcio, o tipo mais frequente.

Colaboradora da Farmácia do Caniço desde 2009.

 


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