MARçO 2024
O JOVEM ADULTO E A ADIçãO AO USO DO SMARTPHONE E INTERNET
ARTIGO ELABORADO  POR ESTUDANTES DO 3º ANO DO 1º CICLO DE ESTUDOS  EM ENFERMAGEM 
Universidade da Madeira - Escola Superior de Saúde
O jovem e a adição ao uso do smartphone e internet


A turma 2022-2026 do Curso de Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Saúde da Universidade da Madeira, iniciou na unidade curricular Projeto de Intervenção em Enfermagem um trabalho cujo tema central tem o propósito de aprofundar a temática de “Adições sem Substâncias – o jovem adulto e a adição ao uso do smartphone e Internet”. Dado aos objetivos da unidade curricular, a metodologia utilizada é a de investigação e a de projeto, advindo numa temática relativa às necessidades de um grupo-alvo, recorrendo a artigos científicos disponíveis. Com o intuito de entender a realidade regional, foi efetuado um inquérito a 223 alunos de uma Escola Profissional, que frequentam o 10º, 11º e 12º anos e cujas idades se encontram entre os 14 e os 24 anos. De modo a atingir o que é proposto na essência desta unidade curricular, sendo esta transversal aos 4 anos inerentes à licenciatura, no primeiro ano, a turma escolheu a etapa do ciclo vital dos jovens e procedeu à pesquisa sobre diversos aspetos que caracterizam este grupo. Após a pesquisa, as discussões em turma sugeriram diversas temáticas a trabalhar, mas a que mais se destacou foi a problemática da adição sem substâncias (tais como os jogos, internet, smarphones, apostas online, etc). 

Já no segundo ano, foi dada continuidade à discussão, tendo sido o tema das adições à internet e aos smartphones, aquela que nos pareceu mais pertinente intervir. Assim, construiu-se um inquérito, utilizando as escalas de adição à Internet (Internet Addiction Test – IAT3) e a escala de adição ao smartphone (Smartphone Addiction Scale – SAS) que estão traduzidas e validadas para a população portuguesa. Em novembro, a turma aplicou o questionário, procedeu à análise estatística dos resultados em que as variáveis a analisar foram sociodemográficas, que englobam o género do aluno, a idade, o concelho de residência, o curso que frequenta e o ano do curso, e as questões relacionadas com as escalas a aplicar. Decorrente do inquérito e da análise das variáveis sociodemográficas e escolares, constata-se que 17% dos inquiridos são do sexo feminino e 83% do sexo masculino, e a maioria dos alunos apresenta idades entre os 14 e os 18 anos (85%) e apenas 15% dos alunos apresentam idades entre os 18 e os 24 anos. A globalidade dos alunos são residentes no Funchal (43,4%), seguindo-se Câmara de Lobos, com 22% dos alunos. O primeiro ano dos cursos, referente ao 10º ano foi o que apresentou maior incidência de alunos inquiridos, com 43,5%, para 26,5% do 11º ano e 30% do 12º ano. 

No que concerne aos dados retirados do teste de adição à Internet (IAT3) e ao uso do smartphone (SAS), constata-se que as utilizações mais recorrentes do smartphone (numa frequência entre “frequentemente” e “sempre”) são:

- Fazer/receber chamadas de vídeo/voz; envio/receção de SMS – 34% (“frequentemente”) 
- Sites de redes sociais – 49% (“sempre”) 
- Internet/websites – 44% (“frequentemente”)
- Música, podcasts, rádio – 42% (“sempre”) 
- Jogos – 29% (“sempre”) g Ver vídeos/filmes/TV – 40% (“frequentemente”). De igual forma, para o computador/portátil, as utilizações que obtêm uma maior percentagem de respostas nos parâmetros “frequentemente” e “sempre”, são: 
- Internet/websites – 37% (“frequentemente”) 
- Música, podcasts, rádio – 27% (“sempre”) 
- Jogos – 32% (“sempre”) 
- Ver vídeos/filmes/TV – 33% (“frequentemente”)

Referente à utilização do smartphone, 99,5% dos alunos inquiridos tem smartphone e 25,7% consulta-os entre 21 a 30 vezes por dia. Em relação à utilização da Internet, seja no smartphone, tablet ou computador, 59% dos alunos referem utilizar a Internet mais de 4 horas/dia, 57,4% utilizam Internet para lazer numa duração superior a 4 horas/dia e 60% dos alunos utilizam Internet para realização de trabalhos escolares entre 1 a 2 horas por dia. Em síntese, o nosso estudo evidencia que o uso excessivo da internet e dos smartphones entre os estudantes tem implicações significativas em vários aspetos das suas vidas. O tempo considerável dedicado a atividades online, especialmente voltadas para o lazer, levanta questões sobre o equilíbrio entre o mundo digital e o mundo real. 

Com o intuito de entender a realidade regional, foi efetuado um inquérito a 223 alunos de uma Escola Profissional, que frequentam o 10º, 11º e 12º anos e cujas idades se encontram entre os 14 e os 24 anos.


*Supervisão Professoras Doutoras Maria João Barreira e Isabel Fragoeiro, ORSMM e Universidade da Madeira - Escola Superior de Saúde

 


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