Farmácia Caniço

A professora Jackeline Abreu conta-nos o processo que passou para que a sua filha, Victória, melhorasse algumas dificuldades que tinha em se expressar. A ajuda de um profissional foi essencial. 

Na rubrica primeira pessoa, contamos hoje o que a professora Jackeline Abreu e a sua filha Victória vivenciaram e tiveram de superar para que a melhoria da fala que a descendente apresenta. Lembra que ninguém está só e criar um bom quadro de apoio é fundamental. 

Por volta dos dois, dois anos e meio. Eu como qualquer uma mãe consegue entender o que o filho quer comunicar, mas já por esta altura e na opinião de familiares e amigos a Victória falava muito rápido e para alguns ela não tinha uma “conversa clara”. Por vezes “comia” de algumas palavras os R´s e L´s mas como era pequenina pensávamos que estava numa fase de evolução na sua linguagem que facilmente seria corrigido. Como todos os pais nesta fase, tentamos corrigi-la sempre que falhava algumas palavras.

Era acompanhada pelo pediatra, mas depois de algumas consultas com o mesmo expondo a situação fomos encaminhados para uma otorrinolaringologista e uma terapeuta da fala. Em ambos foram feitos vários exames, incluindo o despiste auditivo.

Colocou a sua filha na Terapia da Fala? 

Sim, após o despiste auditivo e uma consulta com um otorrino verificamos que tinha processamento auditivo comprometido e umas amígdalas muito grandes para a sua idade o que dificultava não só ao nível da linguagem, como na alimentação e principalmente o sono. Foi necessária uma pequena intervenção cirúrgica que correu muito bem. Depois foi-nos recomendado algumas sessões com uma terapeuta da fala. E assim foi, a Victória tem terapia da fala uma vez por semana desde os três anos e meio.

Hoje com nove anos feitos em janeiro, vemos uma evolução significativa não só na linguagem, mas sobretudo na forma como comunica. Esta mais segura e mais comunicativa. Também notamos uma evolução na alimentação principalmente na mastigação. Foi também importante na sua interação com os outros, mostra mais segurança e o seu discurso está muito mais claro.

O que diria aos pais que têm filhos com dificuldades na fala? 

Bem, daria alguns conselhos que eu própria vivenciei… 

1. Não se culpem… É natural sentir preocupação ou culpa quando percebemos que nossos filhos estão enfrentando desafios. No entanto, é importante lembrar que dificuldades na fala podem ocorrer por uma variedade de razões e não são necessariamente resultado de algo que os pais fizeram ou não fizeram. 

2. Procurem ajuda de um profissional… ao notar dificuldades na fala do seu filho, é essencial procurar a orientação de um terapeuta da fala qualificado. Estes profissionais têm o conhecimento e as habilidades necessárias para avaliar as necessidades individuais da criança e desenvolver um plano de tratamento adequado. 

3. Seja paciente… o progresso na terapia da fala pode ser gradual e requer tempo e paciência. É importante manter expectativas realistas e celebrar cada pequena conquista ao longo do caminho. 

4. Promova um ambiente de apoio… um ambiente em casa onde seu filho se sinta seguro para se comunicar, mesmo que seja com dificuldades. Evite corrigir constantemente ou interromper em vez disso, incentive e elogie seus esforços. 

5. Esteja envolvido em todo o processo… acompanhe de perto o progresso do seu filho na terapia da fala e esteja aberto a colaborar com o terapeuta para implementar estratégias de suporte em casa. 

6. Não se esqueça… o que funciona numa criança pode não funcionar para outra. É importante adaptar as abordagens de acordo com as necessidades individuais do seu filho e estar aberto a experimentar diferentes métodos de intervenção. 

Acima de tudo, lembre-se de que você não está sozinho nesta jornada. Com amor, apoio e intervenção adequada, muitas crianças com dificuldades na fala conseguem superar estes desafios e alcançar seu pleno potencial.