NOVEMBRO 2023
CANCRO DA PRóSTATA: NãO DEIXE O MEDO OU O PRECONCEITO VENCER
Dr. Carlos Freitas
Farmacêutico
Cancro da Próstata: não deixe o medo ou o preconceito vencer

Carlos Freitas, farmacêutico, conta, na primeira pessoa, a experiência que passou por ter tido uma pessoa na família que perdeu com cancro na próstata. Não deixar o preconceito vencer é fundamental. 

É uma história na primeira pessoa. Por vezes, a melhor forma de alertarmos os outros, é contar o que se passou connosco. É o que se passa agora com o farmacêutico Carlos Freitas, um dos dinamizadores no Novembro Azul (Mês da Prevenção do Cancro da Próstata) na Madeira. Num relato intenso e profundo, o farmacêutico não tem dúvidas de que é necessário combater o preconceito.

O cancro da próstata tem uma elevada percentagem de cura desde que identificado cedo. Na sua opinião, a população masculina devia agir de forma natural sempre que os sintomas indicarem doença? 
Ainda há muitos mitos e receios quando a sintomatologia surge. Como já afirmei publicamente, infelizmente, tive um caso na família, em que, um homem com formação superior na área da saúde, que sabia muito bem dar aconselhamento aos outros nas mais variadas situações de doença, ao chegar a sua vez de estar doente, não cumpriu o procedimento que era devido. Ou seja, ocultar, esperar, aguardar que se resolva, não é o caminho. Às vezes pelo preconceito machista de não fazer um toque rectal. Costumo perguntar às pessoas: prefere ter um inimigo conhecido, que sabe por onde ele anda e como se comporta? Ou um inimigo desconhecido que a qualquer momento pode atacar? 

Por ter tido uma pessoa na família com cancro na próstata, estás sujeito a um maior controlo dos sintomas e através de exames de despistagem? 
Efetivamente, existe uma carga hereditária no cancro da próstata, e, quem tem nos seus familiares diretos casos de cancro da próstata, deve realizar o exame 5 anos mais cedo do que a população masculina em geral. 

Acha que o cancro na próstata tem ainda muito de tabu na sociedade? 
Considero estranho que um homem recuse a ser operado por receio de perder capacidades sexuais quando isso coloca em risco a sua própria vida. Não quero ser mal-entendido. Mas em tudo existe um gradiente de importância. Por exemplo... uma vaca que esteja mal alimentada, entra em anestro, ou seja, ausência de cios. Porquê? Porque é mais importante a sobrevivência do próprio animal do que a sua função reprodutiva. Obviamente, que estamos a falar de pessoas e não de animais, mas é bom atentar neste exemplo para colocarmos o assunto em perspectiva. O que é mais importante para um homem de 70 anos? Manter a sua atividade sexual? Ou viver mais 5 ou 10 anos na companhia da sua família? 

Que conselhos deixa a quem tem ou já teve familiares com cancro na próstata? 
Para os que têm familiares com cancro da próstata, no caso de o médico sugerir o procedimento cirúrgico, apoiarem o familiar nessa decisão e não contemporizar. Relativamente aos familiares, deverão cumprir a sugestão de realização dos exames que permitem despistar a doença na sua fase inicial pois só essa atitude poderá garantir o melhor prognóstico em caso do aparecimento da doença. Basicamente, não deixe o medo ou o preconceito vencer, faça o rastreio do cancro da próstata.  

 


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