Dr. Ferdinando Barros Urologista Cerca de 50% da população masculina após os 50 anos, apresenta algum grau de
hiperplasia benigna da próstata (HBP), ocasionando que parte desta população possa
necessitar de tratamento. Estamos uma vez mais no Novembro Azul dedicado às ações
relacionadas com a saúde do homem. Vamos sensibilizar a população para a patologia prostática
– HBP (Hiperplasia Benigna da
Próstata) e Cancro da Próstata.
A HBP consiste no crescimento
benigno da glândula prostática e
está inteiramente relacionado com
o envelhecimento podendo interferir grandemente com o bem-estar e a qualidade de vida, atingindo crescimento significativo pode
provocar retenção urinária.
Cerca de 50% da população masculina após os 50 anos, apresenta
algum grau de hiperplasia benigna
da próstata (HBP), ocasionando
que parte desta população possa
necessitar de tratamento.
A etiologia da hiperplasia benigna da próstata é multifactorial mas
os principais factores são a idade,
o estado hormonal (é necessário a
produção de testosterona para que
esta ocorra), a história familiar, se
o pai realizou cirurgia da próstata,
o filho tem três vezes mais probabilidade de manifestar sintomas
do que os outros.
Os sintomas mais frequentes
de HBP são: dificuldade de urinar,
jacto urinário fraco, sensação de
bexiga cheia mesmo após urinar,
necessidade de urinar mais frequente durante a noite, urgência
miccional, acompanhada de incontinência urinária e por vezes retenção urinária.
A presença de sangue na urina,
as infecções urinárias, a formação
de cálculos na bexiga e a retenção
urinária, com compromisso renal,
pode ser desencadeada pela hiperplasia benigna avançada.
O diagnóstico é clínico, sendo
necessário o toque rectal (palpação da próstata através do recto)
além de análises clínicas (PSA),
ecografia do aparelho urinário
(rins, bexiga e próstata) e urofluxometria que avalia a força do jacto
e o tempo de micção.
O tratamento da HBP depende
da gravidade dos sintomas, o que
exige vigilância do médico assistente ou urologista. Às vezes podem
não existir sintomas, por isso, o
tratamento não é necessário, mas
a vigilância impõe-se para um diagnóstico precoce do
cancro da próstata (que não
apresenta sintomas numa fase
inicial).
Se a sintomatologia incomoda,
o médico pode receitar medicação
para melhorar o esvaziamento vesical e diminuir o crescimento da
próstata.
Nos casos que não correspondem ao tratamento médico, está
indicada cirurgia a mais generalizada é a RTU-P (ressecção endoscópica da Próstata) ou a sua enucleação nas próstatas de maiores
dimensões, permitindo melhorar
a qualidade de vida e os sintomas
do doente, como o uso permanente da algália. CANCRO DA PRÓSTATA: 136 CASOS
POR 100 MIL HABITUANTES Se um indivíduo não tem casos de cancro da próstata na família, deve fazer a
prevenção a partir dos 45 a 50 anos de idade. Quando há casos na família a
prevenção deve começar entre os 40 e 45 anos. Como referi, o cancro da próstata
ao contrário da HBP é uma doença silenciosa, é uma patologia silenciosa que não dá sintomas nas
fases iniciais e não se pode estar à
espera que os primeiros sintomas
apareçam para consultar um médico assistente ou um urologista.
Quando diagnosticado precocemente, o cancro da próstata tem
uma taxa de cura que ronda os 85%.
Se um indivíduo não tem casos de
cancro da próstata na família, deve
fazer a prevenção a partir dos 45 a
50 anos de idade. Quando há casos
na família a prevenção deve começar entre os 40 e 45 anos. A prevenção e o diagnóstico precoce fazem-se através de dois procedimentos muito simples: uma
análise sanguínea com determinação do PSA (antigénio prostático específico) e o exame do toque rectal.
O PSA não diagnostica o cancro da
próstata mas selecciona a população de risco a partir de determinado valor (4 ng/ml). Sabemos que a
probabilidade de existir um cancro
é maior quanto mais elevado for o
valor do PSA. A análise deste valor
conjugada com o exame do toque
rectal e com a realização da biópsia prostática obtêm o diagnóstico.
Complementado pela ecografia e
ressonância magnética.
Admitimos que os homens têm
alguns preconceitos em consultar
o médico urologista com receio do
exame rectal (palpação através do
recto que permite verificar o tamanho, a consistência, a eventual
presença de nódulos).
Na Madeira, a doença atinge
anualmente em média 136 novos
casos por 100.000 habitantes. Essa
é uma das mais fortes razões para a
recomendação de um diagnóstico
muito cedo. Aliás, com o envelhecimento da população e a melhoria
dos cuidados de saúde, a incidência tem vindo a aumentar, estando
o Serviço de Urologia devidamente equipado para o tratamento e
acompanhamento da doença.
O tratamento para o cancro da
próstata, existem várias opções terapêuticas, consoante o doente e
a fase da doença (localizada ou já
disseminada). A cirurgia nomeadamente a prostatectomia radical é o
tratamento de eleição, nos casos de
doença localizada. Como complicações pós operatórias podem surgir
disfunção eréctil e incontinência
urinária mas são recuperáveis em
boa parte dos casos com os tratamentos actualmente
disponíveis e adequados.
A Radioterapia externa constitui
uma opção para os doentes com
limitações operatórias, têm efeitos secundários semelhantes aos
da prostatectomia radical mas de
aparecimento progressivo. A Braquiterapia Prostática, técnica mais
recente de
Radioterapia consiste na implantação de sementes radioactivas directamente na próstata sob controlo ecográfico. É usado em casos
especiais nos doentes com tumores de baixa agressividade. As complicações, embora pouco frequentes, são semelhantes e também de
aparecimento gradual. No caso de
doença disseminada, poderá recorrer-se à terapêutica hormonal
(bloqueio androgénico completo,
podendo passar pela castração).
A quimioterapia está reservada
para os casos avançados.
De salientar que o diagnóstico e
o tratamento precoce são fundamentais para uma maior eficácia
terapêutica e eventual cura.
A manutenção de hábitos de vida
saudáveis, nomeadamente uma
dieta rica em frutas, leguminosas, cereais e com menos gordura,
principalmente de origem animal,
ajuda a diminuir o risco de cancro assim como o exercício físico
diário, pelo menos 30 minutos,
o combate a obesidade e a diminuição do consumo do álcool e
não fumar.
A necessidade dum bom apoio
familiar é fundamental pelo impacto psicológico que estes tumores exercem sobre os doentes.
Se o diagnóstico e tratamento
precoces não forem realizados,
a taxa de mortalidade aumenta
consideravelmente causando um
grande impacto económico nos
custos da saúde.
Vamos todos juntos, sensibilizar
a população para esta patologia
do homem, que todos os meses
sejam NOVEMBRO AZUL! |