SETEMBRO 2009
ALIMENTAçãO NA ESCOLA

Dr. Ricardo Oliveira*

As aulas já começaram e o cenário repete-se todas as manhãs. Entre a escolha da roupa e a preocupação de não chegar tarde, o apetite é sempre o último a acordar. O hábito dos cereais enriquecidos de vitaminas e açúcar adoçam a boca dos mais pequenos, o que facilita a tarefa aos pais para que os filhos não saiam de casa com a barriga vazia.

E assim, o pequeno-almoço deixa de ser uma refeição com os alimentos saudáveis que todos desejam ter pela manhã e passa a ser o que for mais fácil de comer, desde que “mate” a fome.

Neste capítulo, a publicidade é péssima, pois aparece à imagem e semelhança do pronto-a-vestir como se fosse um “pronto-a-comer”, carregada de uma estética e simbolismo fortíssimos capazes de iludir pequenos e graúdos.

Os pais devem procurar gerir o pouco tempo da manhã e não desistir de oferecer um produto lácteo (leite, iogurte, queijo fresco ou requeijão) com uma fruta (em alternativa, sumo natural, frutos secos ou oleaginosos) e um pouco de pão de mistura ou cereais integrais. A partir destes três grupos de alimentos é possível criar pequenos-almoços variados.

A ausência do pequeno-almoço compromete o rendimento escolar. Os estudos realizados sobre esta matéria são claros em afirmar que o aluno diminui a sua atenção e o tempo de reacção na resolução de um problema torna-se mais longo.

Em contraste com o pequeno-almoço, a criança nos lanches muitas vezes sente fome. Nestes casos, é importante evitar as guloseimas como formas rápidas de satisfazer o apetite. Prefira sandes de vegetais em pão escuro ou frutas frescas ou secas com um produto lácteo não açucarado.

Nas refeições principais, os mais pequenos gostam dos alimentos de uma forma simples, sem sabores intensos. Isto torna a escolha dos alimentos caprichosa, pois conhecem bem os alimentos que apreciam e continuam a recusar aqueles que lhes desagradam. Uma textura grumosa ou mais fibrosa que o habitual é o suficiente para recusarem a refeição.

Procure sempre que possível dialogar com a criança sobre a importância da alimentação para a saúde, se não obrigarem e lhe derem algum tempo, ela acaba por aceitar provar o alimento em questão. É evidente que existem sempre recusas alimentares, e devem ser respeitadas, o problema é quando são muitas e tornam as refeições monótonas ao ponto de comprometerem o desenvolvimento e crescimento da criança.

Infelizmente, ao contrário do esperado, muitos pais são mal sucedidos perante a recusa alimentar. Tudo começa com a pergunta “O que é que queres comer?”. Ao facultar à criança a possibilidade decidir “O quê”, os pais acabam por perder o controlo sobre a escolha alimentar. Acaba por se verificar que os pais preocupam-se demasiado com o horário das refeições e com a quantidade ingerida, e ficam à mercê das preferências do filho. Desta forma, os pais comprometem a sua função de educadores e os filhos não aprendem a gostar de outros alimentos que não os da sua curta lista de preferências.

Mais importante do que ter uma atitude repressiva, é ter uma atitude preventiva, dar o exemplo, dialogar e criar um ambiente favorável à mesa.

O comportamento alimentar da criança vai se solidificando fruto da aprendizagem que se foi realizando com a ajuda de Pais, Família e Escola.

* Nutricionista


 


seara.com
 
2009 - Farm´cia Caniço
Verified by visa
Saphety
Paypal