AGOSTO 2023
MAIS QUE UMA INQUIETAçãO, UMA PERTURBAçãO
Dra. Mónica Carvalho
Farmacêutica na Farmácia do Caniço
monica.carvalho@farmaciadocanico.pt
Mais do que uma inquietação, uma perturbação

Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) existem três formas de apresentação clínica da PHDA, dependendo da combinação de sintomas apresentados: predominantemente desatento, predominantemente hiperativo e impulsivo e o tipo misto.

A Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) é uma condição neurobiológica que se manifesta na infância, embora também possa persistir na idade adulta. A disfunção cerebral associada à PHDA envolve importantes áreas neurocognitivas (função executiva, memória, linguagem, atenção e controle motor), prejudicando o funcionamento académico, familiar, ocupacional e social. A PHDA é uma problemática que afeta 5-7% das crianças em idade escolar. As verdadeiras causas são desconhecidas. No entanto, existe uma forte componente genética, sendo mais frequente quando um dos pais têm PHDA. Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) existem três formas de apresentação clínica da PHDA, dependendo da combinação de sintomas apresentados: predominantemente desatento, predominantemente hiperativo e impulsivo e o tipo misto. Em crianças pequenas, a hiperatividade e impulsividade são predominantes. No ensino básico, a desatenção pode se tornar mais proeminente. Na adolescência, a hiperatividade parece diminuir e os sintomas podem incluir sentimentos de inquietação. A PHDA poucas vezes se apresenta isolada, antes num novelo complexo de outras afeções, o que dificulta o diagnóstico preciso. Os comportamentos desajustados exibidos pela criança podem estar associados a outras problemáticas, sendo importante um diagnóstico diferencial para as excluir. O diagnóstico é realizado através de questionários preenchidos pelos pais e professores, assim como entrevista clínica, observação comportamental, avaliação neuropsicológica e análise do ambiente familiar. O tratamento combina intervenções sinérgicas e complementares umas às outras. Idealmente, intervenção psicoterapêutica e psicossocial combinada com terapêutica farmacológica. A evidência científica revela de forma consistente que o tratamento farmacológico é o mais eficaz. Os fármacos estimulantes do sistema nervoso central mais frequentemente prescritos são metilfenidato e dexanfetamina. Os complementos orais com ómega-3 podem ser usados principalmente em crianças pequenas e em casos muito ligeiros de défice de atenção.

 


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