JUNHO 2023
O RELACIONAMENTO DO HOMEM COM O SOL - CANCRO CUTâNEO
Dr. Tiago Castro Esteves
Diretor do Serviço de Dermatologia SESARAM
A relação do Homem com o sol - cancro cutâneo

Apesar de parecer recorrente, a verdade é que os números de cancro na pele comprovam que nunca é demais insistir neste tema. A incidência de vários tipos de cancro de pele tem vindo a aumentar por culpa da exposição excessiva à radiação UV.

Sol e Cancro de Pele 
A incidência dos vários tipos de cancro da pele tem vindo a aumentar devido, essencialmente, à mudança de comportamentos a favor de uma exposição à radiação UV exagerada ou inadequada. A exposição solar lenta, progressiva e com proteção adequada pode ter vantagens clínicas, mas a exposição repetida ou a abrupta e intensa além do fotoenvelhecimento precoce favorece os cancros da pele. O cancro cutâneo é a neoplasia mais frequente nos indivíduos de raça caucasiana. Os carcinomas basocelulares e espinocelulares são os tipos mais frequentes de cancro da pele e representam no conjunto cerca de 90% de todas as neoplasias cutâneas. Nas últimas décadas verificou-se um aumento significativo da incidência destas duas neoplasias na maior parte dos países europeus, EUA e Austrália. No nosso país, embora não existam estatísticas fidedignas e atualizadas, os dados disponíveis permitem-nos uma estimativa de incidência anual de 100 novos casos por 100.000 habitantes para o carcinoma basocelular e de cerca de 10 novos casos por 100.000 habitantes para o carcinoma espinocelular. No entanto há um tipo de cancro da pele muito agressivo, o Melanoma, o qual resulta da transformação maligna dos melanócitos, as células produtoras de melanina. Este tumor pode surgir em qualquer pessoa e em qualquer idade, quer a partir de um sinal que já existia e que se alterou quer como um sinal com aparecimento de novo. É importante referir que o Melanoma, quando observado e tratado precocemente de modo adequado, tem muito bom prognóstico (cura superior a 90% dos casos), o que faz com que a sua deteção precoce seja extremamente importante. 

Que cuidados a ter com a exposição solar?
É tão importante saber suspeitar da presença de uma lesão maligna como saber preveni-la. Uma vez que grande parte dos casos de Cancro de Pele relacionam-se com a exposição solar é extremamente importante fazer uma proteção adequada da nossa pele, ao longo de todo o ano, com particular atenção às crianças e adolescentes. A pele das crianças é mais sensível ao Sol e o cuidado deve ser redobrado. De salientar que as queimaduras solares na infância têm risco aumentado de desenvolver cancro cutâneo na idade adulta. Neste caso, recomenda-se o uso de protetores minerais (fazem um efeito barreira ao sol, não penetrando na pele). Não devem conter perfumes ou parabenos. Embora sejam medidas gerais extensíveis a todos, as crianças devem ser protegidas além do FPS, com vestuário com índice de proteção 50+, chapéu de aba larga e óculos de sol. Resguardar as atividades exteriores e/ou praia para o início da manhã ou fim da tarde (evitar o horário entre as 11h e as 16 horas). Saber proteger-se, tendo especial atenção com as crianças, permite desfrutar do sol de um modo saudável e com grandes benefícios, designadamente diminuindo a incidência do Cancro da Pele e o fotoenvelhecimento cutâneo.

QUEM TEM MAIS RISCO DE DESENVOLVER UM MELANOMA?
1. Pessoas de pele clara, com cabelo louro ou ruivo, sardas ou olhos claros, que tenham dificuldade em bronzear ou que “queimam” com facilidade.
2. Quem tenha história de queimaduras solares particularmente na infância, exposição crónica ao sol ou à radiação ultravioleta (solários).
3. O risco é maior nas pessoas com história pessoal ou familiar de Melanoma e também naqueles com elevado número de sinais (superior a 50) e/ou sinais cujo diâmetro seja maior que 5 mm.


 


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