MAIO 2018
VARIZES
Dra. Sofia Ferreira
Farmacêutica da Farmácia do Caniço
sofia.ferreira@farmaciadocanico.pt

A doença venosa crónica (DVC) corresponde ao funcionamento anormal do sistema venoso, causado por insuficiência valvular, associado ou não à obstrução do fluxo venoso (retorno do sangue da periferia ao coração). Esta engloba as tão conhecidas varizes ou veias varicosas, que são veias dilatadas e tortuosas localizadas debaixo da pele, o que faz com que sejam facilmente identificáveis. 
Esta é uma doença extremamente relevante, em Portugal estima-se que cerca de 25% da população sofra de DVC, pode atingir pessoas de diferentes faixas etárias e pode originar sérios problemas socioeconómicos.
Esta é uma doença que afeta sobretudo as mulheres (devido à componente hormonal e gravidez) e que apesar de se poder manifestar em qualquer parte do corpo, são mais comuns nos membros inferiores (pés, pernas e coxas).
Apesar de causarem na grande maioria dos casos grande desconforto estético, causam também, muitas vezes, dor, cansaço, sensação de pernas pesadas e por isso mesmo elas podem e devem ser tratadas, não só para melhoria destes sintomas, mas também para impedir a sua evolução para casos mais graves ou até mesmo apenas por razões estéticas.
Mas antes de nos alongarmos, importa falar um pouco sobre o sistema venoso e como é que aparecem as veias varicosas….As veias são grandes vasos que transportam o sangue desoxigenado da periferia de volta ao coração, estas possuem válvulas para impedir que haja o refluxo do sangue, ou seja para impedir que este volte para trás e que vá no sentido de chegar ao coração, contudo estas válvulas por variados motivos podem começar a falhar (seja por falha congénita/ heredirária ou adquirida), o que faz com que o sangue aí transportado reflua e haja a sua dilatação.

Então quais são os fatores que levam ao seu aparecimento?
Existem inúmeras causas para o aparecimento das varizes, importa referir:
- A predisposição genética tem um papel importante, ter um membro da família com varizes pode elevar o risco. Cerca de metade das pessoas com varizes tem membros da família que também as possuem.
- A Idade. O processo normal de envelhecimento também tem um papel importante no enfraquecimento das válvulas das veias.
- Sexo, as mulheres têm 2 a 3 vezes mais probabilidade de desenvolver varizes do que homens.
- Gravidez.
- Excesso de peso, ter peso a mais aumenta a pressão exercida nas veias.
- Permanecer muito tempo de pé, o sedentarismo e exposição ao calor, são também fatores que predispõem o seu aparecimento.

E os sintomas, existem?
Os sintomas incluem principalmente dor dos membros inferiores principalmente ao fim do dia, associada ou não a pernas cansadas e pesadas, cãibras, prurido (comichão) e dormência. Pode ainda verificar-se edema (inchaço) sobretudo ao nível dos tornozelos e pés, mais intenso após exposição prolongada ao calor.
Nos casos mais graves podem surgir coágulos sanguíneos nas veias dilatadas, alterações na cor e consistência da pele devido à inflamação crónica ou mesmo o aparecimento de uma úlcera venosa, situação com grande impacto na qualidade de vida.

E evitar é possível?
O uso de meias elásticas diariamente é uma das formas de evitar o aparecimento das varizes, como também a prática regular de exercício físico, evitar o excesso de peso, tabaco e bebidas alcoólicas. Para além disso, evitar ficar em pé por longos períodos de tempo e evitar a exposição prolongada ao calor são outras formas de evitar o aparecimento de varizes.
Cuidados como hidratar o corpo diariamente; não tomar banho com água muito quente; evitar o uso de calças de ganga muito justas, ligas, cintas, meias que sejam muito apertadas na zona do tornozelo ou botas apertadas são também medidas preventivas que é importante considerar. Nos dias mais quentes devemos procurar massajar as pernas com água fria utilizando o chuveiro, de baixo para cima, durante alguns minutos.

Qual o melhor tratamento?
O tratamento deverá passar pela consulta com um especialista em Cirurgia Vascular ,de forma a obter um diagnóstico correto e o tratamento poderá passar apenas pela administração de fármacos flebotónicos (que ajudam na circulação sanguínea venosa) e utilização de meias elásticas, ou nos casos mais sérios e avançados ser interventivo, escolhendo-se, dos vários métodos que atualmente estão disponíveis, o que mais se adequa a cada caso específico, aqui incluem-se a escleroterapia (injeta-se uma substância que vai “secar” a veia), a laserterapia, a radiofrequência e a cirurgia clássica  (“Stripping”). 
De acordo com cada caso, o médico fará a opção terapêutica mais adequada.


 


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