O Papilomavírus Humano (HPV) é um tipo de vírus muito frequente. É facilmente transmitido por contacto genital, sendo o principal agente responsável por infeções genitais em homens e mulheres. O HPV não escolhe géneros nem idades. Não é um problema de saúde exclusivamente feminino – os rapazes também estão expostos ao vírus e podem desenvolver doenças para os quais não há rastreio. O HPV é um vírus cuja transmissão pode ocorrer através de qualquer tipo de contacto sexual e que é responsável por cancros do colo do útero, ânus, pénis, vagina e verrugas genitais. Falámos sobre esta infeção sexualmente transmissível com o médico Daniel Pereira da Silva, presidente da Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetricia e Ginecologia (FSPOG) e ginecologista no Instituto Médico de Coimbra. Estima-se que o vírus possa afetar até 80% das pessoas sexualmente ativas, embora a grande maioria seja assintomática. A primeira grande característica do HPV reside no facto de se transmitir com extrema facilidade através das relações e ser muito frequente. Basta referir que 75% das pessoas sexualmente ativas, homens e mulheres, com menos de 50 anos de idade, estão ou já estiveram infetadas por qualquer tipo de HPV. Não é forçosamente necessário ter ou ter tido algum comportamento de risco, pelo que qualquer pessoa pode contrair a infeção, basta ter relações sexuais com um parceiro. De notar que nem todos os tipos de HPV são igualmente perigosos. A maior parte das infeções são provocadas por tipos de baixo risco que não conferem nenhum perigo em termos oncológicos, mas dão muitas preocupações. Por exemplo, os tipos 6 e 11 não provocam cancro, mas umas verrugas (condilomas) que podem aparecer em todas as zonas de contacto sexual (genital, anal e oral). Induzem muita preocupação e são estigmatizantes. O tratamento dessas lesões nem sempre é eficaz à primeira tentativa e é necessário ter calma e insistir ao longo do tempo. Embora acabem por desaparecer, é um processo que provoca muita ansiedade. FONTE: SAPO Lifestyle |