OUTUBRO 2017
MITOS E MAIS-VERDADES EM MEDICINA DENTáRIA
Dr. Nuno Coelho
Médico Dentista
nmmcoelho@gmail.com

Muitos são os mitos e meias verdades na área da Saúde, principalmente na Medicina Dentária. Este conjunto de crenças e informações são transmitidos de geração em geração e assumidos como verdade.
A denominada, sabedoria popular, embora em muitos casos se apoie na experiência e vivências da população, carecem muitas vezes de bases científicas, podendo em alguns casos representar um perigo para a sua saúde.
O objetivo deste artigo é esclarecer alguns dos mitos mais frequentes em Medicina Dentária que se instalaram de tal maneira, que são aceites de forma dogmática pela maioria da população.

O branqueamento dentário danifica os dentes
O processo de branqueamento dentário é seguro se aconselhado e vigiado por um profissional. O procedimento é altamente regulado, e tem vindo a sofrer alterações tanto a nível do protocolo como a nível dos químicos utilizados para o efeito. Atualmente é mais eficaz e menos agressivo, não resultando em qualquer tipo de desgaste ou dano na estrutura dentária. 

Uma escova dura e escovar com mais força, resulta numa melhor higiene oral.
A técnica de escovagem é muito mais importante do que o tempo, intensidade e força de escovagem. Uma escovagem eficiente, chegando a todas as superfícies dentárias e complementada com o fio dentário é essencial. Uma escovagem agressiva terá como consequência um maior desgaste da estrutura dentária, resultando num aumento da sensibilidade.

Relação antibióticos e cáries na infância.
“O meu filho tomou muitos antibióticos quando era pequeno, por isso tem os dentes assim” - Os antibióticos, por si só não têm a capacidade de causar cárie dentária! No entanto, o elevado teor de açúcar e a forma como são administrados podem sim levar ao aparecimento de cáries. Se associarmos isto a uma criança doente, onde algumas rotinas diárias são afetadas, nomeadamente a higiene oral, podemos encontrar facilmente a fórmula para a cárie dentária.

A gravidez enfraquece os dentes e as gengivas.
Este mito é responsável por grandes danos irreversíveis na cavidade oral de muitas gestantes. Embora, devido às alterações hormonais, se possa verificar um pequeno aumento do sangramento gengival, por si só a gravidez não causa cáries nem perdas de dentes. É essencial a comunicação com o seu Médico Dentista e ter mais atenção à higiene oral. Fatores como os enjoos e consequentemente os vómitos, o descuido pela higiene oral e aumento do consumo de açúcares são os maiores responsáveis pelo aparecimento de novos problemas ou agravamento de algum problema pré-existente.

Uma grávida não pode ir ao Dentista ou fazer determinados tratamentos.
Diversos problemas dentários que podem surgir durante uma gravidez, associados ou não à mesma, muitas vezes representam um perigo maior à mãe ou ao feto do que aqueles associados ao tratamento dentário em si. As infeções são prejudiciais em qualquer altura, mas na altura da gravidez torna-se ainda mais importante o controlo da mesma. Atualmente, as anestesias são completamente seguras assim como os Raios-x em doses mínimas, no entanto evitando sempre que possível.

É normal as gengivas sangrarem durante a escovagem.
Quando existe sangramento, estamos perante um sinal inflamatório. A presença de placa bacteriana é um dos maiores fatores que levam a essa inflamação, funcionando como uma ferida. Muitos pacientes, evitam escovar a zona sangrante de modo a evitar o sangramento, o que leva a uma maior acumulação de placa bacteriana, gengivite e consequentemente, perda óssea se não for tratado a tempo. Estas situações normalmente são assintomáticas o que dificulta a autoconsciência do problema.

As cáries nos dentes de leite são pouco importantes, já que os dentes de leite vão ser substituídos pelos definitivos.
Os dentes de leite, tal como os definitivos, são suscetíveis de infeções e abcessos, influenciando deste modo a formação dos dentes definitivos, podendo erupcionar com malformações, manchas ou alterar a erupção. Essas bactérias vão disseminar e migrar para zonas diferentes do organismo causando infeções e aumentando a probabilidade de novas cáries. 

Se não tem dores, não precisa ir ao dentista.
Se por um lado, a ausência de dor pode significar uma boca saudável, por outro lado, pode significar processos crónicos, potencialmente malignos. Quando existe dor, significa que a lesão está de tal forma avançada que já há atingimento da polpa dentária, sendo necessário tratamentos mais invasivos de modo a manter o dente ou mesmo extração do mesmo. A prevenção é sempre a melhor hipótese, muito menos dispendiosa e evita problemas mais graves e irreparáveis.

É sempre necessário remover os dentes do siso
Os dentes do siso são os últimos dentes a erupcionar. Por vezes, devido à sua localização dificultam a higienização oral. A falta de espaço para a erupção pode provocar dor, desalinhamento dentário e infeções. No entanto, nem sempre se verificam as situações anteriormente mencionadas, não sendo necessário proceder à sua extração. 


 


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