MAIO 2016
A LUTA CONTRA A OBESIDADE
Dr. Ricardo Oliveira
Nutricionista
nutricardo@gmail.com

A mudança de hábitos alimentares depende de um processo educativo que abraça amigos e familiares e avança lentamente com a emoção que se gera na repetição do comportamento e o ganho de auto-disciplina que ao fim de algum tempo, distante dos obstáculos iniciais à mudança, acena com a auto-estima. Tem que ser um processo dinâmico e rico de emoções, capaz de substituir um comportamento por outro, caso contrário volta atrás.

O que é que tem a ganhar com a perda de peso?

Estabeleça objectivos que orientem a mudança pretendida. Assim, perante um “safanão” de uma guloseima, é capaz de voltar ao trajecto programado de acordo com os objetivos previamente delineados.

O tratamento passa pela mudança do estilo de vida, alterando comportamentos, atitudes, hábitos alimentares e práticas de actividade física, ou seja, exige que aos poucos se pense em pequenos objectivos para conquistar e formular estratégias para ultrapassar os obstáculos. O tratamento da obesidade obriga a uma disciplina que não deve ser sentida como restritiva, mas capaz de limitar com a flexibilidade necessária os excessos que deverão acompanhar o tratamento. A perda peso deve ser visualizada como um meio para atingir os seus objetivos e não como um objetivo final que gera ansiedade e agrava o sentimento de restrição.

As dietas rápidas e os anúncios

A obesidade é uma doença multifactorial de difícil tratamento, por isso desconfie logo se o anúncio promete um tratamento simples em que bastará cruzar os braços e tomar umas barras ou comprimidos. O consumidor opta sempre pelo menor esforço, mas o tratamento da obesidade é obrigatoriamente um processo activo e não passivo.

Sem a mudança do estilo de vida e com o recurso a dietas rápidas que são frequentemente publicitadas como milagrosas o ganho de peso é certo. Na maioria destes casos, não houve qualquer processo educativo sobre aprender a comer e procurou-se apenas explorar a vontade do indivíduo em perder peso fazendo-o gastar enormes quantias em dinheiro, através da suplementação de nutrimentos.

Outro aspecto é a massa corporal isenta de gordura, em particular a massa muscular, responsável por uma boa parte dos gastos energéticos, uma vez que é ela quem consome e reserva grande parte das gorduras ingeridas. Se seguirmos um regime alimentar excessivamente punitivo em que, por exemplo, sejam eliminadas duas refeições e que se torne inviável manter o equilíbrio nutricional necessário ao bom funcionamento do organismo, dá-se uma perda de massa muscular e consequente redução do metabolismo.
Esta estratégia infelizmente tem-se generalizado para infortúnio dos obesos 'famintos' que ambicionam a descida rápida de peso. Repito, sempre que se reduza a quantidade de alimentos apenas com o intuito de diminuir o número de calorias sem olhar a meios, colocando em risco a saúde do indivíduo e obrigando o organismo a adaptar-se, o aumento de peso é certo. Por último, o deficiente controlo da saciedade e a dificuldade em parar de comer que surgem após um período de restrição.

O exercício físico

Os resultados imediatos sem esforço físico são tentadores para o comum dos obesos crónicos, que está cansado de saber que o exercício físico é fundamental na perda de gordura corporal. Com trabalho físico, desequilibram-se as reservas de tecido adiposo e melhora-se o funcionamento do organismo. Dormir, regular o apetite, ganhar defesas, aumentar o metabolismo basal, relaxar e treinar o coração são apenas alguns dos benefícios da prática de exercício físico moderado.  

No entanto, o trabalho muscular exige a presença de hidratos de carbono a nível da célula muscular. Ou seja, “apenas se queima gordura na chama do açúcar”, o que significa obrigatoriamente que se tenham reservas atempadas de pão, massa, fruta, etc., nas refeições anteriores. 



 


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