Cientistas divulgaram ter encontrado a primeira prova de uma ligação biológica entre o vírus Zika, com grande propagação na América Latina, e a microcefalia em recém-nascidos. Segundo a equipa de especialistas, testes de laboratório revelaram que o vírus atinge as principais células envolvidas no desenvolvimento do cérebro, destruindo-as ou desativando-as posteriormente. A microcefalia é um distúrbio de desenvolvimento fetal que resulta num perímetro do crânio infantil mais baixo do que o normal, com consequências no desenvolvimento do bebé. Estes resultados são a primeira prova concreta da existência de uma ligação entre o vírus, transmitido por picada de mosquitos infetados, e a microcefalia, segundo Guo-li Ming, professor de neurologia no Instituto Johns Hopkins de Engenharia Celular (Estados Unidos) e um dos responsáveis pelo estudo. Até agora, de acordo com o mesmo especialista, as evidências encontradas eram circunstanciais. A investigação, publicada na revista Cell Stem Cell, mostrou que o vírus Zika afetou as células estaminais neurais desenvolvidas em laboratório equivalentes às que compõem o córtex cerebral durante o desenvolvimento do cérebro humano. Após terem sido expostas ao vírus, as células estaminais foram infetadas em três dias e mostraram uma grande capacidade de resistência, o que pode ser um obstáculo na hora de avançar com um tratamento. FONTE: Jornal de Notícias |