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A lipoaspiração é um procedimento comum hoje em dia. É mesmo a intervenção cirúrgica mais realizada no mundo inteiro no âmbito da Cirurgia Plástica. São milhões efetuadas anualmente.

É no entanto um procedimento relativamente recente. Só nos finais dos anos 70 início dos anos 80 do século XX começou a ser desenvolvida  por cirurgiões franceses e italianos. Tem portanto cerca de 35-40 anos. Desde então tem havido desenvolvimentos e inovações na técnica cirúrgica mas basicamente o procedimento é o mesmo, e consiste na remoção de gordura do tecido sub-cutâneo utilizando uma cânula ligada a um sistema de aspiração e que penetra na gordura através de uma pequena incisão na pele. A grande inovação da lipoaspiração não foi remover a gordura, o que já era feito cirurgicamente, mas consegui-lo deixando apenas cicatrizes mínimas, que hoje não ultrapassam os 6 mm o que as torna praticamente impercetíveis.

Uma das grandes inovações foi conseguir realizar a lipoaspiração utilizando anestesia local o que permite à(ao) paciente não alterar em nada a sua atividade diária. Mas o procedimento é sempre cirúrgico e deve ser efetuado sob as mesmas condições necessárias para qualquer outra cirurgia. O termo "Lipoaspiração não invasiva" é um termo fraudulento e que utiliza abusivamente a lipoaspiração para descrever aparelhos que não têm nada a ver com este procedimento. Só a lipoaspiração remove a célula de gordura (o adipócito),e isso é irreversível.

Devemos pensar na lipoaspiração como uma modelação corporal  e nunca como um tratamento para o excesso de peso ou a obesidade. Para esses problemas há outros tratamentos a começar pela dieta e o exercício físico.

Mais tarde surgiu a ideia de utilizar a gordura removida para enxertar em outras zonas do corpo. É aquilo que se designa por ‘Lipofilling’ (do inglês fill-encher). A gordura removida através da lipoaspiração passa a poder ser utilizada para atenuar rugas e sulcos da face, para preencher áreas que foram perdendo volume com o passar dos anos (regiões malares, lábios) e mesmo para dar volume a outras zonas do corpo tais como as mamas, os glúteos ou a barriga das pernas. A este " transporte de gordura" de uma zona  do corpo para outra podemos chamar Lipoescultura já que se trata de uma verdadeira escultura do contorno corporal.

A utilização da gordura aspirada para utilização em diversas partes do corpo, e com objetivos distintos do simples aumento de volume, é hoje objeto de amplo estudo e investigação havendo muitas reuniões científicas onde o tema é discutido. Isto porque se descobriu que o tecido adiposo (gordura) é o segundo tecido do corpo humano com mais células-mãe, que são células que se podem diferenciar em qualquer tipo de células adultas. As possibilidades de utilização dessas células para outros fins que não exclusivamente a estética abre um novo campo que terá certamente um grande desenvolvimento nos próximos anos.

É a gordura que, de tecido esquecido e desdenhado do nosso corpo, passa a ter uma quantidade de nobres e promissoras utilizações.