JUNHO 2015
CAMPANHAS CONTRA A SIDA SãO ESTEREOTIPADAS E POUCO VOLTADAS PARA A MULHER
Para além disso, o estudo da Universidade de Aveiro (UA), que analisou a forma como a sexualidade e as diferenças entre homens e mulheres foram retratadas nos spots publicitários de prevenção da infeção pelo VIH/Sida, entre dezenas de campanhas realizadas na década de 2000, identificou “resquícios de estigma e discriminação” em relação aos portadores e portadoras do VIH e estereótipos que ainda se mantêm em campanhas analisadas entre 2010 e 2015. Nestes últimos anos, aponta a investigadora Ana Frias, “parece haver até um decréscimo no investimento da promoção de campanhas”.

O estudo, que começou por analisar o discurso de 28 campanhas portuguesas, 26 brasileiras, quatro angolanas e 23 moçambicanas, datadas da primeira década deste século, permitiu também compreender que, no que diz respeito às mensagens de prevenção da infeção VIH/Sida, “nem sempre os discursos veiculados mostraram ser claros”.

“A tão proclamada igualdade de género e o empoderamento das mulheres defendida pela UNAIDS [Programa das Nações Unidas para a prevenção da Sida] ainda não integra o discurso de muitas campanhas”, garante Ana Frias, que aponta: “a análise de campanhas posteriores a 2010 é exemplo disso”. Por outro lado, diz a autora do estudo, “percebe-se também que, atualmente, em Portugal, os esforços comunicacionais neste sentido, têm tido menos visibilidade mediática. Parece existir um desinvestimento na promoção de campanhas, por exemplo, na televisão”. Essa questão, lamenta, “é preocupante na medida em que pode gerar uma falsa sensação de invulnerabilidade à problemática que ainda não foi extinta”.

A autora da investigação, apresentada em abril e desenvolvida no âmbito do Doutoramento em Didática e Formação da UA, refere mesmo que “na grande maioria das campanhas houve informação pouco clara e por vezes até incorreta”. Por outro lado,” no que diz respeito às questões de sexualidade e de género, prevaleceram indícios de desigualdade e os valores, quando veiculados, também não ultrapassaram a noção de responsabilidade”.

FONTE: SAPO Notícias




 


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