MAIO 2015
TPC – TORTURA PARA CRIANçAS
Dra. Mara Abreu
Psicóloga Educacional na Eu’Génio Centro de Aprendizagem
mmaraabreu@hotmail.com

Chega a segunda-feira e instala-se a rotina de mais uma semana: de manhã os filhos vão para a escola e os pais para o trabalho, à tarde, depois de a família estar reunida é tempo para jantar e partilhar as novidades. Esta poderia ser a rotina da maioria das famílias mas, infelizmente, não é e a culpa é toda dos TPC! Uma tortura para crianças que passaram o dia na escola e só querem ver televisão e para os pais que estão esgotados depois de mais um dia de trabalho. Quando já estamos desejosos por ir dormir até lhes damos as respostas, baixinho (que ninguém nos ouve e a professora não tem que saber de nada). 
Mas, de que nos serve revoltarmo-nos contra os professores e os seus TPC intermináveis, aborrecidos e esgotantes? Os TPC têm que ser feitos, é um facto. Por isso mesmo, o melhor é aprendermos a viver com eles e sobretudo ajudarmos as nossas crianças e jovens nas suas dificuldades, valorizando o seu potencial. Os TPC podem traduzir-se numa excelente forma de prepararmos os alunos para a vida! Primeiro porque através deles aprendermos a organizar o nosso trabalho: começamos primeiro pelas tarefas mais difíceis, depois passamos às tarefas de dificuldade intermédia e por fim terminamos o tempo de estudo com as tarefas que a criança mais gosta. Os pais são um exemplo fundamental: desligue a TV, sente-se à mesa ao lado do seu filho e espere que a dúvida surja em vez de perguntar de cinco em cinco segundos “precisas de ajuda?”. Enquanto a dúvida não aparece, organize as suas contas ou faça a lista do supermercado num espaço sossegado, longe de distrações. Pode também, colocar um calendário na parede para que ele assinale os dias em que tem trabalhos para entregar ou avaliações. Se considerar que o volume de trabalho é excessivo, converse com o professor. 
Elogie e reforce o esforço imaterialmente. Um simples “muito bem” faz toda a diferença. 
Orientar sim, fazer os TPC pelos filhos, não. Já dizia Confúcio “aprender sem pensar é tempo perdido”.
Explicações: sim ou não? Quando os pais sentem que não estão preparados ou não têm tempo para apoiar os filhos numa ou mais disciplinas, faz sentido recorrer a um explicador. No entanto, é essencial promover a autonomia no estudo. Tal como os pais, o explicador deve ajudar o aluno tirando dúvidas, acompanhando a realização dos exercícios, corrigindo e identificando os pontos a melhorar. 
Por mais cansados que estejamos e por melhores que sejam as nossas intenções, devemos permitir que o aluno erre e em vez de gritarmos e perguntarmos vezes sem conta “eu já expliquei isto mil vezes e ainda não percebeste?” procure entender a dúvida, incentive-o a questionar, equacionar diferentes formas de solucionar um problema. Adeque o método de estudo que melhor se adapte ao estilo de aprendizagem do seu filho. Ajude-o a compreender a importância dos TPC e sempre que possível, recorra ao lúdico como forma de promover o desenvolvimento de competências e aptidões. É por tudo isto e muito mais que os TPC são a meu ver tarefas para crescer.
 
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“Elogie e reforce o esforço imaterialmente. Um simples “muito bem” faz toda a diferença. 
Orientar sim, fazer os TPC pelos filhos, não. Já dizia Confúcio “aprender sem pensar é tempo perdido”.

 


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