MAIO 2015
VAMOS PREVENIR A OBESIDADE!
Dra. Margarida Ferreira
Endocrinologista
mmmorna@hotmail.com

A obesidade atinge um milhão de adultos em Portugal e ocupa sempre os lugares cimeiros a nível da obesidade da infância e da adolescência. O número de pessoas obesas é tão alarmante a nível mundial que a OMS considerou esta doença a epidemia do séc XXI. Ser obeso aumenta a probabilidade de ocorrência de várias doenças nomeadamente diabetes tipo2, patologia cardiovascular, apneia do sono, osteoartrite e algumas neoplasias.
A obesidade é secundária em mais de 95% dos casos a erros alimentares.
Ah!  A culpa é do meu metabolismo! Esta é uma frase muito frequente… 
É claro que cada um de nós tem características únicas e estão muitas variáveis em jogo, sexo, idade, genética, massa muscular, actividade física, profissão, hábitos alimentares mas se não houver equilíbrio entre o que se come e o que se gasta vai haver ganho de peso. As pessoas obesas não ingerem obrigatoriamente maior quantidade de alimentos que as magras, ingerem mais calorias do que as que o organismo necessita.
O uso de produtos industrializados, saltar refeições (sobretudo o pequeno almoço), má mastigação, tudo isto leva a obesidade e apetite desenfreado. A falta de tempo leva a indisciplina alimentar, quer para confecionar a comida, quer para comer a horas, recorrendo ao consumo de fast-food, comida rica em gorduras mas barata e de rápida confeção. A redução da actividade física, maior tempo passado a ver televisão ou no computador, são também factores que favorecem a obesidade.
Nos mais novos há uma maior ingestão de doces e bebidas açucaradas já a partir dos 18 meses de vida que se prolonga na adolescência.
E não há dúvida que a crise económica veio interferir com os hábitos alimentares, levando ao recurso de alimentos mais calóricos, mais baratos e com pouco valor nutricional. Num estudo efectuado a nível da Europa entre 2008 e 2013, Portugal surge no grupo de países como a Grécia, a Irlanda e Espanha onde houve redução dos gastos em vegetais e fruta.
A nossa de saúde depende da nutrição do organismo e uma alimentação saudável é indispensável. É fundamental comer de modo equilibrado tendo em conta as necessidades energéticas de cada um.
Uma refeição ao fim de semana, com a família ou com os amigos é um prazer e necessitamos disso, mas se o fizermos todos os dias o nosso corpo é capaz de não gostar…
A perda de peso a longo prazo necessita de alterações permanentes do estilo de vida, exercício e plano alimentar. E não vale a pena acreditar em promessas de emagrecimento fácil e rápido. As dietas milagrosas apenas são eficazes temporariamente… é quase impossível haver manutenção do peso se não houver alteração dos hábitos.
É nosso dever velar pela nossa saúde e em relação à obesidade a melhor política é a prevenção. Infelizmente fala-se muito, escreve-se muito, mas pouco se tem feito a nível da prevenção… onde estão os resultados, onde está a eficácia das medidas tomadas? É necessária uma abordagem englobando saúde pública, escolas, agricultura, ultrapassando ciclos políticos para permitir uma maior sensibilização da sociedade e a implementação de hábitos alimentares saudáveis. Só assim será possível haver resultados.
Não há dúvida que a obesidade é a epidemia do sec. XXI e está associada a redução da qualidade de vida e a mortalidade elevadas.
É importante referir que depois do tabagismo, a obesidade é a 2ª causa de morte passível de prevenção. Mais que tratar, é urgente nos próximos anos fazer uma aposta séria e válida a nível da prevenção.

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“E não vale a pena acreditar em promessas de emagrecimento fácil e rápido. As dietas milagrosas apenas são eficazes temporariamente… é quase impossível haver manutenção do peso se não houver alteração dos hábitos”.



 


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