FEVEREIRO 2015
PNEUMONIAS E A SUA PREVENçãO
Dr. Ricardo Crawford Nascimento
Fundação Portuguesa do Pulmão
ricardocrawford_n@hotmail.com                                                                                                      

A pneumonia é uma infecção do pulmão que afecta sobretudo os alvéolos.É nestas unidades funcionais que se dão as trocas gasosas entre o oxigénio do ar ambiente e o dióxido de carbono, produto resultante do metabolismo celular, que necessita ser eliminado.
É particularmente no Inverno, em especial nos meses de Janeiro e Fevereiro que aumenta a incidência das doenças respiratórias provocadas por um conjunto de vírus que atinge o aparelho respiratório. O vírus da gripe - “vírus influenza”- é aquele que mais problemas provoca nesta altura do ano.
O desequilíbrio que este “vírus influenza” provoca no organismo, faz-se sentir particularmente nos grupos etários acima dos 60 anos, bem como nos indivíduos com doenças crónicas, já plurimedicados e com sistemas de defesa mais vulneráveis. 
É cada vez maior o número de casos de pneumonia adquirida na comunidade (PAC). Nos estudos realizados por Filipe Froes (pneumologista da Direcção Geral de Saúde) foi constatado que na 1.º década deste século ocorreram cerca de oito milhões de internamentos de adultos em instituições do Serviço Nacional de Saúde em Portugal Continental. Cerca de 3,7% (294.028.000) destes doentes tinham pneumonia como diagnóstico principal.
A partir dos 65 anos, a percentagem de internamentos por pneumonia sobe drasticamente. A idade é um fator de risco, principalmente pela existência de outras doenças associadas, como as cardiovasculares e as metabólicas (diabetes).Há ainda a considerar como factores agravantes: o excesso de peso, o tabagismo e os hábitos alcoólicos excessivos e continuados.
A pneumonia pode ser causada por vários micro organismos (ex: bactérias, vírus, fungos etc.). 
O streptococus pneumoniae, vulgarmente conhecido por pneumococo, é o principal agente causador, sendo responsável por 30 a 75% dos casos de pneumonia nos adultos.
O grau de gravidade da infecção, está sempre dependente da agressividade do agente causal e dos mecanismos de defesa do indivíduo infectado. Estes dois factores determinam não só a escolha do tratamento (antibiótico, oxigénio…), como a necessidade ou não de internamento hospitalar.
É convicção da comunidade científica que este aumento da morbilidade (taxa de portadores da doença em relação à população total estudada) e mortalidade nesta ultima década, está muito relacionado com o aumento da esperança de vida, isto é, há um maior número de indivíduos acima dos 65 anos e portanto um maior número de pessoas mais debilitadas.
Quais os aspectos primordiais na prevenção da pneumonia?
Além de apostar em hábitos de comportamento mais saudáveis, considerar como objetivo primordial, a vacinação. A vacina da gripe deve ser anual e administrada em Outubro. A vacina da Pneumonia poderá ser aplicada em qualquer altura do ano, em dose única nos adultos, devendo ser feito um “reforço” de 5 em 5 anos.
A história da vacinação em Portugal começa no início do seculo XIX, designadamente com a anti-variólica, mas foi apenas a partir de 1965, com a criação do Programa Nacional de Vacinação (PNV) que os ganhos em saúde foram significativos. No final desse ano iniciou-se a vacinação em massa contra a poliomielite e no ano seguinte, o resultado foi de uma redução de 96% de novos casos. O mesmo aconteceu com a difteria e tosse convulsa, também com uma significativa redução do número de doentes. É no entanto com a irradicação da varíola em 1980 que encontramos o exemplo mais marcante da história da vacinação, que durante séculos matou milhões de pessoas.
A vacinação na prevenção da gripe e da pneumonia está nas nossas mãos. Use as “ferramentas” que estão ao alcance de todos nós.                

DESTAQUE
“Além de apostar em hábitos de comportamento mais saudáveis, considerar como objetivo primordial, a vacinação. A vacina da gripe deve ser anual e administrada em Outubro. A vacina da Pneumonia poderá ser aplicada em qualquer altura do ano, em dose única nos adultos, devendo ser feito um “reforço” de 5 em 5 anos”.



                           


 


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