FEVEREIRO 2015
AS ALERGIAS
Dr. Jorge Romeira 
Alergologista
jorgeromeira54@gmail.com

A primavera traz-nos dias de sol, flores e uma paisagem mais bela. É o renascer da natureza após a dureza de um inverno frio e chuvoso. Porém, é também a época das alergias. Pode aparecer irritação nos olhos, no nariz, na garganta. Podem surgir espirros constantes e uma tosse incomodativa. Tudo isto é uma resposta exagerada do nosso sistema imunitário à presença de um corpo estanho: o alérgeno. E, pese embora o facto de haver pólenes no ar durante todo o ano, é na primavera que as concentrações são mais elevadas, uma vez que esta época coincide com o período de polinização para a maioria das plantas e árvores.
Essas manifestações, num determinado período do ano, caracterizam as chamadas alergias sazonais. Esta denominação é, muitas vezes, usada como sinónimo de alergia a pólenes, também chamada de polinose ou febre de fenos. 
Os sintomas das alergias aos pólenes são variáveis, mas numa percentagem elevada surgem os espirros, a comichão e o pingo no nariz, a obstrução nasal, lacrimejo e olhos vermelhos. Por vezes, pode surgir também a tosse, a falta de ar, o aperto no peito, a pieira, mas também comichões e descamação da pele e um cansaço extremo.
Na Madeira e na região do Funchal, os pólenes encontram-se em níveis moderados a elevados, com destaque para os pólenes da parietária, cipreste, gramíneas, pinheiro e plátano.
As semelhanças de alguns sintomas com os de uma constipação levam a que não seja, muitas vezes, procurada ajuda médica para um diagnóstico correto. Noutros casos os doentes habituam-se a viver com os sintomas. Em muitos casos, o que se constata é que esta doença é muitas vezes desvalorizada, e a maioria dos doentes apenas procura ajuda médica quando a alergia já está instalada e quando os seus sintomas tornam difíceis as atividades diárias.
Todavia, o diagnóstico correto permite determinar os alérgenos a que o doente é sensível e tomar medidas para evitar a exposição a estes. Contudo se for de todo impossível evitar os alérgenos, podem ser tomadas outras medidas visando prevenir os sintomas.

Algumas sugestões
- Usar óculos de sol no exterior, ajuda a reduzir a quantidade de pólen que pode entrar em contacto com os olhos.
- Evitar cortar relva ou andar em terrenos relvados, sobretudo durante o período da manhã, fim da tarde e noite, quando a libertação de pólen é maior.
- Evitar ou reduzir o contacto com animais com pêlo, que saiam à rua regularmente. Caso não consiga evitar, escove o animal antes de entrar em casa para reduzir a acumulação de pólen no pêlo.
- Assim que chegar a casa deve-se trocar de roupa e tomar um duche para remover o pólen ou outros alérgenos que possam acumular no seu corpo e roupa. 
- Limpar o pó com um pano molhado em vez de seco, de forma a evitar que se espalhe no ar. 
- Usar frequentemente um aspirador de vácuo para evitar que os alérgenos se acumulem no interior da casa.
- Quem é fumador deve evitar fumar dentro de casa e não deixar que outros o façam. O fumo do tabaco irá irritar a mucosa dos olhos e vias aéreas e agravar os sintomas da alergia.
De acordo com a Rede Portuguesa de Aerobiologia, calcula-se que mais de um terço da população portuguesa sofre de, pelo menos uma doença alérgica. Desde a rinite alérgica à anafilaxia - relacionada com a ingestão de alimentos, medicamentos ou à picada de insectos, passando pela asma, as doenças alérgicas atingem uma forma quase epidémica. 

DESTAQUE
“Evitar ou reduzir o contacto com animais com pêlo, que saiam à rua regularmente. Caso não consiga evitar, escove o animal antes de entrar em casa para reduzir a acumulação de pólen no pêlo. Assim que chegar a casa deve-se trocar de roupa e tomar um duche para remover o pólen ou outros alérgenos que possam acumular no seu corpo e roupa”. 



 


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