FEVEREIRO 2015
RESISTêNCIA AOS ANTIBIóTICOS – O NOSSO CONTRIBUTO
Dr. João Cerqueira
Farmacêutico Farmácia do Caniço
joao.cerqueira@farmaciadocanico.pt

Os resultados terapêuticos dos antibióticos têm diminuído algo longos dos anos.  É um assunto que ganhou relevância na nossa sociedade há medida que a mesma se tem confrontado com um número crescente de estirpes de microrganismos resistentes aos antibióticos. Diversas medidas estão a ser levadas a cabo por diferentes organismos públicos de modo a controlar este fenômeno pois está a levantar um grave problema de saúde pública. Um exemplo de um programa destes é o PPCIRA – Programa de Prevenção e Controlo da Resistência aos Antimicrobianos.
Durante muito tempo a indústria farmacêutica conseguiu encontrar alternativas ao nível da descoberta de novos antibióticos que fizeram com que, durante muitos anos, a resistência microbiana aos antibióticos não fosse considerado um problema de saúde pública. Neste momento são os microrganismos, que devido ao crescente uso de antibióticos, quer para uso humano, veterinário e agrícola, conseguem manifestar características de resistência. Esta resistência manifesta-se pela capacidade do microrganismo se continuar a multiplicar na presença de antibióticos em concentrações terapêuticas.
Temos um problema, o uso do plural engloba toda a sociedade. O que é que podemos fazer a nível individual? 
Há um conjunto de medidas de simples execução, efetivas no controlo e disseminação de infeções, sejam virais ou bacterianas:
- Lavagem das mãos, usando um a técnica apropriada;
- Procedimentos de etiqueta respiratória;
Estes procedimentos têm uma relação custo/benefício muito vantajosa para a sociedade, a nível da disseminação e controlo de infeções. Se pensarmos bem, foram badalados na época gripal de 2009-2010, época da chamada Gripe A, pois são efetivos tanto na disseminação de infeções virais como bacterianas. Nessa altura foi verificada uma diminuição no nível de resistência aos antibióticos, fruto das campanhas de sensibilização.
Estamos a falar de procedimentos relativamente simples, que a partir do momento que estejam instituídos, passam a ser naturais. Acho que vale a pena investir na sensibilização dos mais novos a este tema, e quando digo sensibilizar não me refiro a campanhas realizadas por organismos institucionais, mas os educadores, pais e professores que podem tornar o futuro dos seus educandos, filhos e discentes, através destas simples práticas diárias.
Não poderia de deixar de enumerar outras recomendações que têm impacto no controlo da resistência aos antibióticos, nomeadamente:
•    Tomando apenas antibióticos por indicação expressa do seu médico;
•    Não pressionando o seu médico ou farmacêutico para obter antibióticos;
•    Cumprindo escrupulosamente a posologia indicada e tendo especial atenção aos horários das tomas;
•    Respeitando a duração indicada do tratamento, mesmo que já tenha ocorrido uma cura aparente;
•    Sobras eventuais de antibiótico, após tratamento, devem ser entregues na sua farmácia (Programa Valormed).
Termino fazendo um apelo a que utilizem alguns momentos a refletir sobre esta temática.

 


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