JANEIRO 2015
PREVENIR OU REMEDIAR – A DECISãO ESTá NAS SUAS MãOS
Dr. José Carlos Martins 
Gastrenterologista
martinsjosec@gmail.com

De acordo com a sabedoria popular “mais vale prevenir que remediar”. De facto, este velho provérbio esconde uma grande verdade e aplica-se a muitos aspetos da nossa vida. Naturalmente tem um especial sentido no que se refere à saúde. Na verdade, está assumido por toda a comunidade científica que a prevenção pode evitar muitas doenças. Desde logo nos programas de vacinação, seja na infância ou no adulto.
Com este simples gesto de saúde pública, muitas doenças podem ser prevenidas e nalguns casos, outras foram erradicadas. Gostaria dar um exemplo que todos os anos se repete e que é a vacinação contra a gripe sazonal. Para aqueles que ainda têm dúvidas, é bom que as dissipem, porque é sem dúvida o melhor “remédio” contra a gripe. 
Por outro lado, sabemos a importância de hábitos de vida saudáveis, uma boa forma de prevenir muitos problemas de saúde. Com este espírito sabemos quão importante é evitar consumos excessivos de produtos que podem ser prejudiciais para a saúde. São exemplo, entre outros, o tabagismo, o alcoolismo e o consumo de drogas aditivas. Todas as pessoas desde a infância devem ser incitadas a evitar essas práticas menos saudáveis.
De referir também que relativamente a algumas doenças oncológicas podemos promover a sua prevenção, efetuando exames médicos de rotina que as poderão detetar precocemente, incluindo entre elas os cancros da mama, do colo do útero, da próstata e do cólon.
Sendo a gastrenterologia a área a que me dedico, pretendo abordar nestas últimas linhas este tema, dedicando uma particular atenção à prevenção do cancro colo rectal.
Nos últimos anos e de acordo com números publicados por fontes oficiais, assistiu-se em Portugal, a um crescimento marcado do cancro colo rectal. Os motivos que determinam este aumento não são completamente conhecidos. No entanto, sabemos muito bem que os métodos de rastreio disponíveis podem alterar a evolução da doença e fundamentalmente preveni-la.
Duas formas poderão ser adotadas, sendo que em minha opinião serão complementares uma da outra: a primeira é aquela que é considerada o método de rastreio mais fácil e com uma boa relação de custo eficácia, consiste em efetuar uma análise às fezes com pesquisa de sangue oculto. Caso esta análise seja positiva, no passo seguinte deverá ser realizada uma colonoscopia, com visualização completa do cólon para deteção das lesões precursoras das neoplasia do cólon. Durante este procedimento poderão ser efetuados atos terapêuticas, por via endoscópica e na maior parte dos casos resolver o problema clínico. Sabemos que qualquer ato terapêutico pode ter complicações. A colonoscopia, não foge à regra, assim como as terapêuticas associadas. No entanto mesmo considerando esse risco, o benefício que a colonoscopia oferece ao paciente será sempre maior que o risco de deixar uma lesão potencialmente maligna proliferar.
De acordo com as recomendações das Sociedades Científicas, incluindo as da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia e de Endoscopia digestiva, todos os adultos (homens e mulheres) com idade igual ou superior a 50 anos, devem ser submetidos a este tipo de estudos, em particular a realização da colonoscopia. Como alternativa a este exame poderá também ser efetuada uma colonoscopia virtual. No entanto é bom referir que caso surja patologia, o recurso à colonoscopia tradicional, endoscópica, é obrigatório para efetuar biopsias e se necessário remover a patologia que for encontrada nesse exame.
Por vezes, é necessário efetuar a colonoscopia mais precocemente, em particular quando há história familiar de patologia maligna do cólon, ou quando haja sintomas que o justifiquem. Em caso de dúvida recorra ao seu médico assistente e coloque-lhe a questão.

DESTAQUE

Seja como for:
Tem mais de 50 anos?
Sente-se bem?
Não tem quaisquer sintomas?
3 boas razões para efetuar uma colonoscopia.

DESTAQUE
“A colonoscopia, não foge à regra, assim como as terapêuticas associadas. No entanto mesmo considerando esse risco, o benefício que a colonoscopia oferece ao paciente será sempre maior que o risco de deixar uma lesão potencialmente maligna proliferar”.

 


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