Dr. Emanuel Gomes Médico otorrinolaringologista emanuelabreugomes@hotmail.com OTORRINOLARINGOLOGIA (ORL) - é uma especialidade médica que trata das doenças do ouvido, do nariz e da garganta. O OUVIDO desempenha duas funções importantes: a audição e o equilíbrio. O ouvido divide-se em 3 partes: ouvido externo, médio e interno. O ouvido interno é composto pelo: vestíbulo que está relacionado com o equilíbrio e o caracol com a função auditiva. O indivíduo normal tem um limiar de audição que varia com a idade. A diminuição da acuidade auditiva (hipoacusia) pode ser uni ou bilateral. A hipoacusia pode acontecer devido a problemas de transmissão do som (ouvido externo e médio) e denomina-se de hipoacusia de transmissão, ou pode ser motivado por perturbação na percepção do som e denomina-se hipoacusia neuro-sensorial ou de percepção. São inúmeras as causas de surdez de transmissão, mas as principais são: otite média aguda; otite serosa; otite média crónica com perfuração timpânica; otosclerose. Umas são tratadas medicamente outras com intervenção cirúrgica. A trompa do Eustáquio é um canal que liga a parte posterior do nariz ao ouvido médio e tem uma dupla função de arejamento e de drenagem da caixa do tímpano. Fisiologicamente abre-se durante a deglutição, a mastigação e no bocejo. Quando existe uma disfunção ou obstrução tubária dá origem a otite serosa que é mais frequente nas crianças. Existem várias causas mas na criança a causa mais comum é a hipertrofia das adenoides e há necessidade de cirurgia nestes casos. Síndrome vertiginoso- o homem mantém a postura erecta e movimenta-se mantendo o equilíbrio. Este é aprendido desde a infância. O sistema vestibular contribui para a manutenção do equilíbrio e orientação. As vertigens são por vezes acompanhadas de náuseas, vómitos, hipoacusia ou acufenos (zumbidos). No caso das vertigens a ajuda do médico otorrinolaringologista é importante porque o exame ORL deve ser completo. RINITE e SINUSITE - como o nome indica rinite é uma infeção no nariz e sinusite é uma infeção nos seios nasais. Os fatores que contribuem para a infeção rinosinusal são as doenças infeciosas das vias aéreas superiores, víricas ou bacterianas e a obstrução nasal que altera o funcionamento dos orifícios de drenagem dos seios. Quando se faz a oclusão destes orifícios, ou por ser já estreito ao nascimento ou por hiperplasia da mucosa envolvente dá origem às sinusites com os sintomas de: dores, obstrução nasal, rinorreia geralmente do lado infetado e alterações do olfacto. A infeção aguda evolui para a cura ou para uma complicação. Se a sua cura não se obtém ao fim de 3 meses passa para a sua fase crónica. O diagnóstico precoce seguido de tratamento médico rápido e eficaz ou de intervenções cirúrgicas são a chave do sucesso terapêutico da maioria dos casos de infeções sinusais e é essencial o envio dos doentes a um médico especialista em ORL. LARINGITE aguda é uma inflamação da laringe de origem infeciosa e pode acontecer tanto na criança como no adulto. Na criança é a principal causa de dispneia obstrutiva alta, pondo eventualmente em jogo a vida. O início é habitualmente noturno e sucede geralmente a uma rinite ou faringite banal. Progressivamente instala-se dispneia, tosse e voz rouca e a temperatura é normalmente elevada. É de referir a angústia da família, sobretudo quando a criança tem recidivas frequentes da sua laringite. Neste caso deve-se estudar o terreno alergológico e despistar focos de infeção nas amígdalas, adenoides ou nos seios nasais. No adulto clinicamente é dominada pela disfonia (rouquidão). Os factores que desempenham um papel importante são: sexo masculino, tabaco, álcool, poeiras, vapores, factores climatéricos, infeções rinofaringeas, esforço vocal, alergias, etc. Importante é referir que qualquer alteração da voz, persistente (10-15 dias) mesmo com alguns episódios de melhoria, impõe exame minucioso da laringe por um médico especialista em ORL para excluir uma neoplasia maligna. AMÍGDALAS e ADENOIDES – a faringe apresenta-se como uma região do corpo humano mais exposto às infeções visto ser uma das portas de entrada às agressões microbianas, assim como os orifícios naturais das narinas e dos ouvidos. É por esta razão que afirmamos que a maior parte das doenças existentes, pertencem ao foro ORL. Na faringe existe grande quantidade de tecido reticulo linfocitário (anel de Waldeyer) onde também fazem parte as amígdalas e as adenoides. A infeção aguda das amígdalas chama-se amigdalite aguda. Esta infeção é mais frequente na criança, porque a imunidade ainda não está totalmente estabelecida. Em todo o caso este quadro infecioso ocorre também em adultos e portanto temos de estudar os factores predisponentes. As infeções da faringe dependem do hospedeiro (idade, as alergias, o tabaco); do meio ambiente ( a temperatura, humidade ou secura, poluição, época do ano, locais de trabalho, contactos com possíveis portadores); do agente infectante; dos métodos terapêuticos empregues. As infeções agudas das vias aéreas superiores condicionam uma hipertrofia das adenoides ( na criança) e das amígdalas, com repercussões aerodinâmicas e digestivas, sobretudo na criança. As complicações podem ser locais ou sistémicas. As locais são: obstrução respiratória, obstrução mecânica à passagem dos alimentos, síndroma de apneia do sono, otite média aguda, infeções respiratórias superiores e inferiores recorrentes, abcesso peri-amigdalino. As sistémicas são mais raras como a septicémia, a febre reumática e glomerulonefrite. A opção cirúrgica das adenoides e das amígdalas baseia-se em: episódios repetidos de amigdalite ( +4/ano), abcesso peri-amigdalino, hipertrofia amigdalina que dificulta a respiração ou deglutição, apneia do sono, doenças do ouvido médio (otites), sinusite, ronqueira e respiração bucal. DESTAQUE É por esta razão que afirmamos que a maior parte das doenças existentes, pertencem ao foro da otorrinolaringologia. |