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A Região, como o país, tem registado números crescentes de hipertensão, diabetes tipo 2 e hipercolesterolemia. A aterosclerose é a principal causa de morte nos países desenvolvidos, refletindo os nossos hábitos. É preciso alertar a população para o facto de que estas patologias são “silenciosas”. A par do tabagismo, estes são os principais factores de risco para a progressão da aterosclerose, levando à ocorrência de eventos vasculares agudos (enfartes agudos do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais), que podem deixar limitações no dia-a-dia. Daí que é importante fazer uma visita ao médico, efectuar um “check-up” anual, no sentido de actuarmos quando a pessoa ainda não teve nenhum problema grave, mas já tem alguns factores de risco, em que podemos e devemos actuar atempadamente.

O desenvolvimento da aterosclerose nas artérias resulta da conjugação de factores genéticos e ambientais e aumenta com a idade. O atingimento de faixas etárias mais jovens revela carga genética ou hábitos alimentares excessivos e/ou pouco saudáveis, o que associado ao sedentarismo acelera o processo aterosclerótico. Por outro lado, o início cada vez mais precoce de hábitos tabágicos e alcoólicos excessivos dá também o seu contributo para estas situações.

Há pessoas que vêm à consulta e empenham-se em cumprir as recomendações. Outras tomam a medicação, mas não alteram o estilo de vida, é assim, como digo aos meus doentes “a medicação por si só não faz milagres”. É necessário algum esforço por parte do paciente. Há ainda pessoas que no contexto de crise económica actual “racionam” a medicação e tomam metade ou em dias alternados, ou simplesmente não compram, porque não podem. Nos últimos anos, as pessoas estão mais sensibilizadas para a necessidade de caminhar 30-45 minutos por dia, 3 a 4 vezes por semana. Vê-se cada vez mais grupos de pessoas que após o jantar em vez de ficarem sentadas no sofá, vestem o fato de treino e vão fazer algo mais positivo pela sua saúde.

Preparar-se com roupa adequada para enfrentar a exposição ao frio, minimizar o contacto com pessoas que aparentem estar doentes e lavar as mãos se tal acontecer. A vacina da gripe está especialmente indicada nas pessoas com mais de 65 anos ou com doenças crónicas, imunodeprimidos, grávidas a partir das 12 semanas e profissionais de saúde. Estes podem efectuar a vacina gratuitamente no seu centro de saúde. Para indivíduos de maior risco (mais de 65 anos, internamento por pneumonia) também poderá estar indicada a vacinação anti-pneumocócica para prevenção da pneumonia causada pelo Streptococcus pneumoniae, que é o agente mais frequente. Além disso, não havendo contra-indicação, qualquer adulto poderá realizar a vacina da gripe, desde que prescrita pelo seu médico assistente. 

As constipações são as situações mais frequentes no Outono e no Inverno, devem-se a uma variedade de vírus e não inspiram grandes cuidados, além do tratamento sintomático. A gripe, embora também tratada sintomaticamente (por ser causada por um vírus não estão indicados antibióticos), inspira mais atenção, no sentido de evitar que se complique com uma pneumonia bacteriana. O mais importante é vacinar-se atempadamente. Para a prevenção das pneumonias é importante a vacina contra a gripe e se indicado, contra a pneumonia pneumocócica, mantendo sempre os cuidados gerais já referidos e aconselhamento médico prévio, para que haja uma decisão individualizada e ajustada a cada caso.

“A aterosclerose é a principal causa de morte nos países desenvolvidos, refletindo os nossos hábitos. É preciso alertar a população para o facto de que estas patologias são “silenciosas”.