NOVEMBRO 2014
CANCRO DA PRóSTATA
Dr. Ferdinando Pereira 
Urologista Andrologista
ferdinandompereira@gmail.com

O cancro da próstata é a segunda causa de morte por neoplasia maligna no homem, depois do cancro do pulmão, e o mais frequente após os 50 anos. Em Portugal diagnosticam-se aproximadamente 4000 novos casos por ano, com uma mortalidade estimada de 1100 a 1200 por ano. A idade média à data do diagnóstico, é de 60 anos, raramente antes dos 40 anos. A incidência aumenta com a idade.

Existem três factores de risco associados: idade avançada, história familiar e a origem étnica (raça negra), para além dos factores externos nomeadamente as dietas ricas em gorduras (saturadas), com elevado teor proteico (carne) e hipercalóricas.

As hormonas como a testosterona, promovem o crescimento do tumor enquanto os estrogénios podem ter um efeito contrário. Alguns medicamentos utilizados no tratamento da Hiperplasia Beningna da Próstata (HBP), parecem ter algum papel protector.

Existem também os chamados factores protectores (previnem a incidência do cancro), nomeadamente o licopeno (existente no tomate), as vitaminas E, C e D, o zinco, o selénio, o cálcio, e a ingestão de vegetais frescos.

Em cerca de 15% dos casos existe uma história familiar. Quando existe um familiar em primeiro grau, o risco de aparecimento do cancro da próstata aumenta duas vezes; se existirem dois ou mais familiares em primeiro grau, o risco aumenta cinco a onze vezes.

No que se refere à sintomatologia é de salientar que nas fases precoces e na maioria dos casos, o doente não apresenta sintomas. Pode existir uma doença silenciosa. Quando existem sintomas, não são específicos do cancro mas sim comuns a outras situações nomeadamente a HBP.
Consistem na dificuldade em urinar (disúria), necessitar de urinar muitas vezes (polaquiúria), com urgência e nalguns casos alguma perda de urina.

Quanto ao diagnóstico é aconselhável que a partir dos 50 anos, ou dos 45anos (caso existam antecedentes familiares), os homens consultem o médico pelo menos uma vez por ano, para ser realizado o toque rectal (palpação da próstata através do recto, que permite verificar o tamanho, a consistência, a eventual presença de nódulos) e fazer uma análise sanguínea do PSA. O toque rectal é o exame fundamental para avaliação da próstata, temido pela grande maioria dos homens que os faz adiar a consulta, sendo um dos motivos para atrasar o diagnóstico precoce. É muito bem tolerado pela maioria dos doentes. O PSA não diagnostica o cancro da próstata mas selecciona uma população de risco e a partir de determinado valor (4ng/ml), sabemos que a probabilidade de existir um cancro é relativamente elevada. Nestes casos deverá realizar biópsia prostática. Só esta nos dará o diagnóstico. O doseamento do PSA é também utilizado para controlar a evolução do cancro da próstata. A ecografia prostatica transrectal, além de um bom exame para melhor avaliação da existência de imagens suspeitas de neoplasia, permite-nos orientar a biopsia.

O diagnostico precoce consiste na identificação dos doentes numa fase em que não existem sintomas e a doença é potencialmente curável.
Quanto mais cedo for realizado melhor será o resultado do tratamento e o prognostico (evolução).

No tratamento do cancro da próstata existem várias opções terapêuticas consoante o doente e a fase da doença (localizada ou já disseminada). A cirurgia, nomeadamente a prostatectomia radical, é o tratamento de eleição nos casos de doença localizada, podendo realizar-se por cirurgia aberta ou por via laparoscópica. Como complicações pós-operatórias podem surgir disfunção eréctil e mais raramente incontinência urinária. Estas têm tratamento.
A radioterapia externa constitui uma opção para os doentes com limitações operatórias. Tem efeitos secundários semelhantes aos da prostatectomia radical, mas de aparecimento progressivo.
A braquiterapia , técnica mais recente de radioterapia, consiste na implantação de “sementes” radioactivas directamente na próstata, sob controlo ecográfico. É usada em casos especiais, nos doentes com tumores de baixa agressividade. As complicações, embora pouco frequentes, são semelhantes e também de aparecimento gradual.
Nos casos de doença disseminada, poderá recorrer-se à terapêutica hormonal ( bloqueio androgénico completo,  podendo passar pela castração).
A quimioterapia está reservada aos casos avançados. De salientar que o diagnóstico e o tratamento precoces são fundamentais para uma maior eficácia terapêutica e eventual cura.

DESTAQUE
Existem também os chamados factores protectores (previnem a incidência do cancro), nomeadamente o licopeno (existente no tomate), as vitaminas E, C e D, o zinco, o selénio, o cálcio, e a ingestão de vegetais frescos.

 


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