OUTUBRO 2014
DOENçA POR VíRUS ÉBOLA
Dr. Maurício Melim
Médico Especialista em Saúde Pública
Delegado de Saúde do Concelho do Funchal
jmmelim@gmail.com

Desde fevereiro do corrente ano decorre uma epidemia de Ébola na Costa Ocidental de África. Esta epidemia de origem desconhecida atingiu a Guiné-Conacri, Serra Leoa, Libéria e Nigéria. Outro surto da mesma doença foi declarado a 26 de Agosto na República Democrática do Congo (de acordo com a OMS, o surto identificado neste país não tem relação com a epidemia que decorre na África Ocidental). No Senegal já foi identificado um caso importado. Até 23 de setembro estavam identificados um total de 5864 casos, sendo que em cada dois doentes infetados, um acabou por falecer. Trata-se de uma doença com uma elevada taxa de letalidade.
O risco de propagação da doença existe. Nos países com fronteiras terrestres esse risco é elevado. Já em relação a outros países, nomeadamente europeus, o risco da sua importação é baixo; - Na Europa ainda não foi confirmado nenhum caso em viajantes provenientes da África Ocidental. Porém, já se verificou a necessidade de evacuação de doentes das áreas afetadas no sentido de serem tratados em países europeus (Alemanha, Espanha e França); - A OMS salienta o elevado número de casos de doença entre profissionais de saúde. 
A infeção por vírus Ébola é uma doença grave, causada por um vírus pertencente à família dos Filoviridae, que pode provocar um quadro hemorrágico com evolução para a morte. A principal via de transmissão do vírus Ébola, de acordo com a evidência verificada noutros surtos, é através do contato direto com o sangue, secreções, tecidos, órgãos ou líquidos orgânicos de pessoas ou animais infetados mortos ou vivos.
A transmissão do vírus ocorre apenas com o início dos sintomas. Ocasionalmente, pode ocorrer transmissão através de contactos sexuais não protegidos com homens infetados, até 7 semanas após a cura clínica
O cumprimento das medidas de proteção individual é a única forma de prevenir a infeção
As viagens à África Ocidental não estão desaconselhadas, mas só deverão ser realizadas se forem essenciais e observadas algumas precauções. 

Ao viajar para regiões afetadas:
- Deverá cumprir as regras de higiene básicas (lavagem frequente das mãos). O vírus é facilmente eliminado pela utilização de sabão, lixívia, pela ação da luz solar ou por secagem; 
- Não deve contactar com animais selvagens vivos ou mortos (macacos, morcegos, antílopes, entre outros) nem consumir a carne desses animais; 
- Os alimentos de origem animal têm de ser bem cozinhados antes de serem consumidos;
- Deve ser evitado o contato próximo com casos suspeitos ou confirmados de doentes com o vírus Ébola, bem como, o contacto com cadáveres antes e durante cerimónias fúnebres; 
- Não deve ser manipulado qualquer material ou objetos utilizados no tratamento de doentes; 
A doença por vírus Ébola manifesta-se após um período de incubação até 21 dias, por febre, dor de cabeça intensa, mal-estar, dores musculares, náuseas e vómitos, diarreia, dor abdominal, prostração, alterações da pele, tosse, dor torácica, dificuldade respiratória e hemorragias. Em estádios mais avançados da doença pode ocorrer insuficiência renal e hepática, distúrbios da coagulação e falência multiorgânica.
Estamos perante um caso suspeito de doença por vírus Ébola, quando a pessoa apresenta febre de início súbito e mais um sinal ou sintoma dos anteriormente referidos (critério clínico) e ligação epidemiológica, estadia há menos de 21 dias em países com casos suspeitos ou confirmados de infeção por vírus Ébola ou contacto próximo com doente infetado por vírus Ébola
Na atualidade não existe tratamento ou vacina cientificamente testados e aprovados para combater a infeção por Ébola, todavia, estão a ser feitos estudos experimentais com resultados promissores…mas é preciso aguardar mais algum tempo.
 
DESTAQUE
Na Europa ainda não foi confirmado nenhum caso em viajantes provenientes da África Ocidental. Porém, já se verificou a necessidade de evacuação de doentes das áreas afetadas no sentido de serem tratados em países europeus (Alemanha, Espanha e França);

A principal via de transmissão do vírus Ébola, de acordo com a evidência verificada noutros surtos, é através do contato direto com o sangue, secreções, tecidos, órgãos ou líquidos orgânicos de pessoas ou animais infetados mortos ou vivos.



 


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