SETEMBRO 2014
DOENçAS RESPIRATóRIAS E O TABACO
Dra. Nídia Gomes
Técnica de Cardiopneumologia
nidia.gomes@inovasaude.net

"O TABACO MATA!" é um dos principais slogans de sensibilização para os fumadores. O tabagismo é uma das principais causas evitáveis de doença, incapacidade e morte a nível mundial.
Para além das doenças respiratórias, as neoplasias em diferentes localizações, e as doenças cardiovasculares, estão diretamente relacionadas com o consumo de tabaco e exposição ao fumo ambiental do mesmo.
O fumo do tabaco e os seus componentes alteram diretamente a estrutura e funções das nossas vias respiratórias. Estas alterações desencadeiam processos inflamatórios nas grandes vias aéreas, com aumento da secreção de muco e inflamação das pequenas vias aéreas, provocando obstrução, aumento das resistências à passagem do ar e aumento da atividade proteolítica, com destruição das paredes alveolares, provocando enfisema e traduzindo-se numa queda dos débitos expiratórios.
O fumo do tabaco tem ainda várias substâncias cancerígenas que induzem o aparecimento de neoplasias.
Os efeitos do fumo do tabaco podem-se dividir em Agudos e Crónicos.
Entre os efeitos Agudos encontram-se a exacerbação da asma, a irritação da mucosa nasal e brônquica, constipações e gripes, pneumonia bacteriana, pneumotórax espontâneo e tuberculose.
Nos efeitos Crónicos encontram-se a neoplasia do pulmão, a patologia do interstício e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), que é uma doença broncopulmonar que resulta da obstrução das vias aéreas, e que neste artigo darei especial atenção.
A DPOC uma doença principalmente incapacitante e que em muitos casos resulta em morte. Numa fase inicial desta doença, o doente apenas apresenta tosse acompanhada por expectoração (geralmente subvalorizada). Seguem-se as infeções respiratórias, e os episódios de bronquite aguda mais frequentes. Num quadro de DPOC, o doente queixa-se de cansaço fácil com os esforços e que se vai acentuando ao longo do tempo, até surgir o mesmo cansaço com as pequenas tarefas, como a higiene diária e a fala. Durante algum tempo e apesar dos sintomas, o pulmão consegue realizar a sua função principal: receber o oxigénio do ar transportando-o até ao sangue, e receber deste, o dióxido de carbono eliminando-o para o ar. À medida que a DPOC vai evoluindo, a porção de pulmão afetado vai aumentando e a sua principal função vai ficando comprometida. O oxigénio que chega ao sangue é menor e o dióxido de carbono começa-se a acumular, resultando numa insuficiência respiratória.
A cessação tabágica é a única intervenção eficaz para evitar e diminuir a progressão da DPOC. O tratamento apenas diminui os sintomas e as complicações.
Por estas e por muitas outras razões, se ainda não tomou a decisão de que está à espera?! Vamos lá, pare de fumar!


 


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