AGOSTO 2014
ENTREVISTA - SAúDE ORAL DEVE SER PRIORITáRIA
Dr. Nuno Coelho
Médico Dentista
nmmcoelho@gmail.com

- Qual é o problema mais comum que os madeirenses apresentam no que diz respeito à saúde oral? 
Gengivite. Esta doença é das mais prevalentes no ser humano, pelo que este facto também se verifica na população madeirense. Pode ser vista como um problema de saúde pública não só devido à sua prevalência como já referido, mas também porque este é um estágio inicial de uma condição mais grave denominada periodontite. O diagnóstico e tratamento precoce é portanto essencial na prevenção desta doença.

- Além da lavagem dos dentes após as refeições, que outros cuidados devem ter os madeirenses com a sua higiene oral?
Além da escovagem dos dentes, a utilização de fio dentário é essencial. A associação com coadjuvantes como colutórios (elixires) nem sempre é necessária. A escovagem deverá ser realizada pelo menos 2 a 3 vezes por dia e a utilização do fio pelo menos uma. Existem zonas onde a escova não chega, nomeadamente nas zonas interdentárias, pelo que aconselho sempre a utilização do fio dentário para uma correcta higienização dentária.

- Uma dentição com vários problemas resulta em vários problemas de saúde, como dores de cabeça, da coluna e mesmo emocionais. Os madeirenses estão cientes dessa situação? É comum encontrar-se ramificações de problemas de saúde por causa dos dentes?
Actualmente, sabe-se que existe uma grande relação entre os problemas de saúde oral e problemas na saúde geral. Como já referido, além dos problemas de dores de cabeça, devido ao bruxismo (ranger dos dentes) associado ao stress crescente; há ainda a ter em conta problemas da coluna que podem se verificar se nos estivermos a referir a problemas posturais, associados a problemas da articulação temporomandibular; e ainda os problemas emocionais, que são os que mais silenciosamente se verificam. Um paciente sem boa saúde oral, pode ver a sua função mastigatória, a sua fonação e a sua estética grandemente diminuída ou alterada. A parte emocional é essencial para uma boa qualidade de vida, seja ao nível de relações interpessoais, da procura de trabalho, entre outros.
Verifica-se também uma relação entre um baixo nível de saúde oral e problemas cardiovasculares assim como com problemas do trato gastrointestinal.

- Qual é o período ideal para ir ao dentista? Porquê?
Não é consensual e depende diretamente dos cuidados de cada paciente. Aconselho, em média, uma visita a cada 6 meses. Desse modo conseguimos evitar problemas mais graves ao nível da saúde oral. Depende também dos fatores de risco associados a cada individuo, nomeadamente o tabagismo, a predisposição genética e fatores locais como tratamentos protéticos anteriormente realizados (Próteses fixas e implantes).
 
- O que mais pode ser feito ao nível da prevenção? 
A nossa Região tem um programa de prevenção e tratamento muito eficaz no que diz respeito à população mais jovem. No entanto, verifica-se ainda que existem muitos indivíduos adultos com graves problemas de saúde oral. A meu ver, sendo este um problema de saúde pública, dever-se-ia investir mais na prevenção, ao nível do esclarecimento e sensibilização da população para estes problemas. Muitas vezes, quando o paciente comparece na consulta já apresenta graves problemas dentários, tornando deste modo o tratamento muito mais complicado. Nota-se também uma grande relação entre a condição socioeconómica e a saúde oral. Uma vez que como já falamos acima, os problemas dentários podem levar a outros problemas de saúde geral, é de extrema importância tratar estes mesmos problemas numa fase inicial criando condições para que a parte da população mais carecida tenha acesso a esses cuidados.

DESTAQUE:
“Actualmente, sabe-se que existe uma grande relação entre os problemas de saúde oral e problemas na saúde geral. Como já referido, além dos problemas de dores de cabeça, devido ao bruxismo (ranger dos dentes) associado ao stress crescente;”


 


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