JUNHO 2014
SAúDE INFANTIL E INíCIO DO VERãO
Dr. João Cerqueira
Farmacêutico na Farmácia do Caniço
joao.cerqueira@farmaciadocanico.pt

Com a chegada de dias mais longos e soalheiros têm início as atividades ditas de verão/férias que levam um maior número de crianças a realizar passeios pela natureza, ir à praia e a piscinas, participar em piqueniques e outras atividades lúdico-desportivas. Falo de dias que muito agradam aos mais novos mas que nos obrigam a algumas precauções para que possam ser desfrutados da melhor maneira.
O calor e a desidratação são dois agentes que associados podem estragar estes dias, principalmente quando coadjuvados por uma atividade intensa como é a das crianças nas suas brincadeiras ao ar livre. Desde que a temperatura ambiente seja inferior à do corpo humano, este tem dois mecanismos de arrefecimento, pode perder calor por aumento do fluxo sanguíneo na pele, o que permite que o calor seja removido do interior do corpo para a pele, e por segregação de suor e subsequente evaporação. Quando a temperatura exterior é superior à do corpo humano, este apenas pode usar o mecanismo de segregação de suor para baixar a sua temperatura. Roupas apertadas e ausência de brisa dificultam o controlo da temperatura pelo corpo por diminuírem a evaporação do suor. Há um aspeto a frisar na questão do controlo da temperatura: quanto mais baixa for a humidade relativa, mais facilmente evapora o suor e mais facilmente o organismo controla a temperatura. Humidades relativas elevadas, por exemplo 80%, limitam de forma significativa a evaporação do suor. A ingestão frequente de líquidos é fundamental de forma a prevenir os efeitos nefastos da exposição ao calor intenso. Nos períodos de maior calor permaneça em ambientes mais frescos como jardins, centros comerciais ou monumentos. As crianças com menos de um ano são particularmente sensíveis, os cuidadores devem proporcionar-lhes sombra e acesso a líquidos para ingerirem e devem estar atentos a comportamentos fora do habitual, sonolência, rosto vermelho, febre ou vómitos, sendo nestes casos necessário recorrer a auxílio médico.
A exposição solar é uma outra causa, um “campeão”, em termos de dissabores de verão. Sendo a pele das crianças mais sensível que a dos adultos aos raios ultravioleta é de evitar a exposição direta ao sol quando os valores desta radiação se encontrem mais elevados. É por esta razão que deve ser evitada a exposição direta ao sol entre as 11 e as 17 horas. Crianças com menos de 36 meses devem mesmo evitar de todo qualquer exposição direta ao sol, razão pela qual devem usar sempre t-shirt, chapéu e protetor solar adequado e óculos escuros com proteção UVA/UVB. A utilização de um protetor solar com SPF50+ é altamente recomendada e deve ser renovada de 2 em 2 horas. Crianças com menos de 6 meses não devem mesmo ser sujeitas a exposição solar, não sendo aconselhada a sua ida à praia. Do mesmo modo, não devem permanecer em veículos expostos ao sol. Não só na praia se devem ter estes cuidados mas também nos jardins, em parques, nos passeios pelo campo… o sol é sempre o mesmo e em dias encobertos os mesmos cuidados devem ser mantidos, o sol também queima nesses dias.
As picadas de inseto são comuns na época estival e são muito irritantes. O risco de ser picado é maior quando o sol se está a pôr, é pois nessa altura que os cuidados devem ser redobrados. Evite ter as janelas dos quartos das crianças abertas com as luzes acesas. Deve ser considerada a utilização de um repelente caso o risco de ser picado seja muito grande ou caso a criança costume ter reações exacerbadas a picadas de inseto. Em casa tem sempre a opção de utilizar um repelente elétrico. Peça auxílio na sua farmácia para uma escolha adequada do repelente em função da idade e do tipo de utilização que pretenda. Caso a picada ocorra, o creme/gel/pomada de acção anti histamínica deve estar sempre à mão!
Com as brincadeiras ao ar livre as corridas, o rastejar, o escorregar e o saltar traduzem-se em arranhões e esfoladelas. O que há a fazer nestas situações é limpar a ferida, lavando com água corrente e desinfetando com um produto isento de álcool. Caso a ferida persista em sangrar, comprimir com compressas estéreis e cobrir com penso.
Férias sem um pequeno acidente nem parecem férias! No entanto, para que tudo corra bem, é determinante que os pais estejam atentos para que estes pequenos acidentes não passem disso mesmo. Boas férias!

DESTAQUE: 
Prevenção de acidentes 
- Nas piscinas, públicas ou privadas, cumprir as regras de segurança;
- Vigiar atentamente as crianças que se encontram perto da água;
- Verificar a profundidade dos locais onde as crianças nadam;
- Nunca deixe uma criança não autónoma sozinha durante o banho na praia ou piscina;
- Frequentar praias vigiadas é mais seguro;
- Não deixe uma criança entrar na água após um longo período de exposição ao sol;
- O banho deve ser evitado enquanto se está a fazer a digestão;
- Afaste as crianças do local em que são cozinhados os churrascos;
- As crianças devem utilizar proteções adequadas para andar de bicicleta e patins;


 


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