MAIO 2014
CONFLITOS E DIFICULDADES EM CASAIS QUE NãO PODEM TER FILHOS
Dra. Iracy Peters
Psicóloga Clínica, Psicanalista e Sexóloga

Quando falamos de casais, lembramo-nos de família. Mas o que é a família? Família é uma unidade fundamental que acompanha a formação e o desenvolvimento do ser humano. É composta por pessoas que estabelecem entre si profundas ligações emotivas que são naturalmente complexas e diferentes ao longo da vida. 

Muitas vezes unem várias gerações, podendo possuir elementos que, não tendo ligação biológica com a família, são efetivamente muito importantes no enredo das relações familiares. 

Portanto, família é um conjunto de elementos emocionalmente ligados entre si e, de uma forma geral, estas procuram e devem sempre procurar ajuda quando acontecem, no seio familiar, situações preocupantes, nomeadamente: mortes, acidentes em algum membro da família, falta de trabalho (desemprego), divórcios, abortos etc… 

Como é feito o pedido de ajuda? Na maioria das vezes o pedido de ajuda é feito junto de um médico, professor, psicólogo ou de outro técnico e, consequentemente, é-lhes sugerida terapia familiar. 

Terapia familiar que também acompanha os casais inférteis, situação esta que acaba sempre por gerar conflitos, quando o casal se encontra impossibilitado de ter filhos. 

A infertilidade é um acontecimento imprevisível na vida dos indivíduos e das famílias. Para além de inesperado, constitui um obstáculo à prossecução de um objetivo de vida fundamental para muitos casais: serem pais. No entanto, tem vindo a ser descrita como uma crise importante que comporta uma dimensão física, psíquica, emocional e sociocultural. 

Portanto, os casais sofrem com a pressão social e parental para a propagação do nome de família, colocando um grande peso sobre eles. 

A situação dramática da infertilidade faz com que os casais se disponham a tudo para superá-la, retirando a procriação do âmbito privado e colocando-a cada vez mais nas mãos da medicina e nas suas novas revoluções. Estas modificações na vida do casal devem ser pensadas e estudadas para que se possa usufruir dos avanços da tecnociência sem deixar de contextualizá-las e ressignificá-las, permitindo a assimilação pela cultura que a revolução ocasiona. Para a compreensão psicanalítica da infertilidade, é imprescindível ter em conta o inconsciente, a sexualidade e o desejo. Contudo, a relação causal é que vem sendo deixada de lado. 

Alguns autores, como Ribeiro (2004 pág. 76) diz-nos o seguinte: “Ao compreendermos a psicanálise como ciência do sentido e não da causalidade, o termo infertilidade psicogénica passa a não se enquadrar nessa referência”. 

A maior preocupação destes casais na atualidade é com as consequências psicológicas da infertilidade, uma vez que, o desejo da parentalidade é parte essencial da vida do adulto. 

Assim sendo, o tratamento de casais inférteis inclui, necessariamente, a contemplação dos aspetos envolvidos nesta problemática, uma vez que os processos físicos estão intimamente relacionados com os emocionais e sociais. 
 
Portanto, é após a fase de desgaste psicológico que realmente sofre o casal. Estes devem centralizar a sua confiança lembrando sempre que o processo criador não termina com a infertilidade mas sim motiva ainda mais o casal a olhar a mais forte emoção – serem pais – criando filhos do coração, filhos da nossa alma com amor, com muito amor, porque só o amor constrói. Pois ser pai e ser mãe é visto como um papel central da vida.  

DESTAQUE:
Portanto, é após a fase de desgaste psicológico que o casal sofre realmente. A sua confiança deve centrar-se no facto de o processo criador não terminar com a infertilidade, mas motivar ainda mais a atingir a emoção mais forte – serem pais –  criando filhos do coração, filhos da sua alma, com muito amor, porque só o amor constrói. Pois ser pai e ser mãe é visto como um papel central da vida. 












 


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