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Se ao acordar, os músculos da sua mandíbula estão doridos ou se tem dores de cabeça, poderá estar a sofrer de bruxismo. Bruxismo nada tem a ver com “bruxas”, trata-se do nome técnico que designa um ranger ou um forte apertar dos dentes, também conhecido por movimento para-funcional. O bruxismo pode fazer com que sinta os dentes ficarem doloridos ou soltos, e, às vezes, partes dos dentes são literalmente desgastadas. 

Eventualmente, o bruxismo pode acarretar a destruição do osso circunvizinho e do tecido gengival. O Bruxismo também pode levar a problemas que envolvam a articulação da mandíbula, como disfunções temporo-mandibulares (DTM), com sinais comuns como estalidos na zona do ouvido. Estes podem provocar problemas como enxaquecas, mialgias, problemas dos ouvidos, problemas no trigémio, stress, ansiedade, depressão, etc. 

O bruxismo pode afectar pessoas de todas as faixas etárias e de ambos os sexos, mas é mais frequente em mulheres dos 15 aos 35 anos. Actualmente, estima-se que 7,5% da população mundial sofra desse problema. Crianças com excesso de actividades e que passaram por problemas psicológicos (traumas, problemas emocionais/familiares), têm muita possibilidade de desenvolver o bruxismo. O bruxismo, não é propriamente uma doença, é mais um sintoma de que algo não está bem e necessita de ser corrigido.

Para muitas pessoas, o bruxismo é um hábito inconsciente. Na maior parte das vezes, são as pessoas da relação mais próxima que alertam para o facto, pelo som que estes geram ao ranger os dentes durante o sono. Em outros casos, é durante a visita ao Médico Dentista, por fracturas ou desgastes dentários, ou mesmo rotina, que o profissional identifica e alerta para este facto.

Reclamações como ouvir zumbidos, ter dores junto ao ouvido, na nuca e nos ombros, sentir dificuldade em mastigar, bocejar e abrir a boca, e perceber estalidos na região do ouvido, ao forçar a abertura da boca, são os principais sintomas do bruxismo. Dores de cabeça e mandibulares também são sinais do distúrbio

 O seu Médico Dentista é capaz de fazer um diagnóstico preciso, e determinar se a origem destes sinais está relacionada com o bruxismo.

O tratamento do bruxismo pode incluir o uso de placas, de silicone ou acrílico, feitas pelo seu Medico Dentista, ajustadas aos seus dentes. Estes dispositivos são usados durante o sono, protegem os dentes, aliviam o sistema mastigatório e reduzem a actividade eléctrica muscular, causadora da tensão. Além disso, o clínico também pode sugerir formas de reduzir o stress, como por exemplo, prática frequente de exercícios físicos, meditação, ioga, acupuntura e massagens, entre outras actividades, que podem variar de acordo com o perfil do paciente. Como o bruxismo não raramente vem acompanhado de depressão e ansiedade, pode haver necessidade de um tratamento psicológico/psiquiátrico.

Se o caso for mais severo, o especialista ainda pode prescrever medicamentos para relaxar e dormir melhor. O seu Médico Dentista poderá ainda indicar alguns exercícios para os músculos maxilares. Outras acções que podem contribuir para a melhora são evitar chocolate e bebidas com cafeína e álcool, bem como evitar mastigar com muita força durante as refeições.

Por vezes, poderá ser necessário tratamento ortodôntico para correcção de uma mordida anormal, na qual os dentes não se ajustam bem. Poderá também ser corrigido com recurso a restaurações ou coroas.

Alguns factores externos podem agravar o problema, como dormir de luz acesa ou TV ligada e ficar muitas horas no computador antes de deitar. Como esses estímulos interferem no ciclo do sono, mesmo que o indivíduo não acorde, podem ser um gatilho para o bruxismo. Por isso, um ambiente tranquilo para o descanso ajuda no bem-estar.

Se apresenta quaisquer destes sinais ou sintomas, consulte o seu Médico Dentista.