Farmácia Caniço

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Se já foi a um parque de diversões, acompanhe-me nesta viagem. Imagine-se na fila da compra de bilhetes para andar numa grande montanha russa. É a sua primeira viagem e, à medida que espera pela sua vez, vai observando todo o mecanismo arquitectónico do “brinquedo”. É E-NOR-ME, só de olhar sentimo-nos minúsculos perante tamanha expectativa. Está a chegar a sua vez e, entretanto, o seu coração já está a palpitar, as suas mãos já estão a suar e a sua respiração está tão descontrolada quanto aquela montanha russa. O desfecho da história não é assim tão importante, se compreendermos do que aqui se trata: ansiedade.

Na mesma linha do que se passa com o medo, também a ansiedade é uma reacção normal do organismo. De acordo com alguns especialistas da área, esta funciona como um aviso que nos alerta sobre o desconhecido ou sobre algum perigo iminente a que estamos sujeitos. A premissa mais pura de toda esta conversa resume-se a: todos nós já sentimos ansiedade. Quem nunca se sentiu ansioso perante uma apresentação oral, um exame de condução, o nascimento de um filho, uma viagem de avião, uma entrevista de recrutamento, o resultado da candidatura ao ensino superior, que atire a primeira pedra! 

Por falar nisso, quase que aposto que se perguntasse aos alunos da minha praça que música melhor os descreveria, no momento que precede a entrega dos exames/testes, a maioria trauteava qualquer coisa como “Não consigo dominar/Este estado de ansiedade”... A boa notícia é que a ansiedade é benéfica. Em níveis moderados até é desejável, impulsiona-nos a implicarmo-nos mais e a melhorar a performance no momento de avaliação. A má notícia é que, atingindo níveis elevados, pode comprometer o nosso desempenho. Ainda assim, nem tudo é mau, se o seu nome não rima com ansiedade e se ela teima, mesmo assim, em acompanhá-lo, então sorria, este texto é para si!

O trabalho é assíduo, mas prometo que valerá apena. Vamos à segunda parte da viagem?! Começando pelas semanas que antecedem os exames, procure executar um método de estudo eficaz, sistematizando a informação a estudar em paralelo com o tempo disponível; alguns centros de explicação podem ajudá-lo, assim conseguirá compreender quais são as técnicas de estudo que mais lhe são produtivos, ter uma perspectiva global e encontrar um bom ponto de partida. Não procrastine o estudo, sob pena de aumentarem os sentimentos de culpa e, com eles, a ansiedade. Mantenha um estilo de vida saudável, durma as horas diárias recomendadas, faça uma alimentação equilibrada e privilegie o exercício físico. Lembre-se de que o corpo é o motor da máquina, salvaguarde que ela trabalha na perfeição. Psicologicamente, estimule pensamentos positivos, certamente que noutras situações de avaliação teve bons resultados, é bom lembrar-se disso! Por fim, evite fazer comparações com os seus colegas ou preocupar-se com o que os outros poderão pensar, até porque isso não é problema seu, pois não?

Já no momento do exame, leia as questões até ao fim e, se lhe surgirem ideias, tome alguns apontamentos de forma a familiarizar-se com os temas. Comece pelas questões que lhe são mais confortáveis, assim ganha confiança para continuar. Concentre-se no seu exame e não na velocidade a que o seu colega do lado escreve, lembre-se que muitas vezes, quantidade não é qualidade. Se, mesmo assim, estiver a passar pela vulgo “branca” não desista! Inspire e expire calmamente as vezes que forem necessárias, contraia e distenda os músculos e cultive os pensamentos positivos, eles são sempre uma óptima ferramenta. Com a prova, entregue também toda a ansiedade que o acompanhou ao longo do exame, a última página dessa história já foi virada.

Chegados que estamos ao fim desta viagem, gostava que retivesse que o fantástico mundo da Ansiedolândia é um lugar por onde (todos) vamos passar várias vezes, a propósito de diversas experiências e ainda bem que assim é. E, como o nome indica, é um mundo (grande, com continentes, países, cidades, oceanos…), mas desse mundo hoje já lhe apresentei uma cidade. Boa viagem!