Dra. Nádia Brazão - Dietista nadiabrazaoplanod.blogspot.pt O corpo tem um poder natural de cura. Se o estimularmos e reforçarmos desde cedo, evitamos um futuro cheio de comprimidos e esta é que deve ser a nossa base: uma alimentação cuidada, a prática de exercício físico regular e prazeroso, boas noites de sono, o contacto com a natureza, em suma, um estilo de vida saudável! As opiniões associadas à suplementação alimentar são muito controversas, e existem várias linhas de pensamento acerca do assunto. Preferir um suplemento ou um medicamento? A indústria química, sobretudo a farmacêutica, nas últimas décadas produziu medicamentos com resultados rápidos e eficazes para problemas difíceis e que previamente não teriam cura. O que, de uma forma geral, levou a que os medicamentos se tornassem quase imprescindíveis e a ser a primeira linha de atuação, em doenças cada vez mais simples. O que era suposto ser excepção, tornou-se regra, em detrimento de soluções mais naturais. E que tal retroceder um pouco no tempo, e face a situações mais simples, menos perigosas, se utilizasse uma suplementação mais natural e preventiva?! E o que são estes suplementos alimentares, dietéticos ou naturais?! Em 1994, nos EUA foi aprovado o Dietary Supplement Health Education Act (DSHEA), em que suplemento alimentar se definiu como “produto que pretende suplementar a alimentação e que contém um ou mais dos seguintes ingredientes: uma vitamina, um mineral, uma erva (ou outro componente botânico), um aminoácido, uma substância a ser usada pelo homem para suplementar a sua alimentação”. E como nem sempre o que é “natural” é mais “seguro”, ou menos “forte”, cada vez mais a ciência vai de encontro à natureza e estudos sistemáticos e exaustivos são desenhados para garantir o sucesso na utilização correta dos suplementos dietéticos. Existem suplementos já com fortes evidências científicas como por exemplo: - o ácido fólico na gravidez, para reduzir o risco de doenças genéticas nos recém-nascidos; - o alho no controlo da pressão arterial; - a vitamina D na saúde óssea e nos primeiros meses de vida para crianças exclusivamente amamentadas; - o Zinco na prevenção de constipações; - os óleos de peixe/omega 3 na prevenção de doença cardíaca; Suplementos com boas evidências científicas, são por exemplo: - o chá verde na diminuição do colesterol; - o cálcio com vitamina D na densidade mineral ossea pós-menopausa; - suplementos anti-oxidantes na fertilidade masculina; - a coenzima Q10 na pressão arterial. Por outro lado, existem muitos sem qualquer evidência, o que implica a necessidade de maior número de estudos, como por exemplo: - o óleo de coco para perda de peso; - a glucosamina para as articulações; - a vitamina C nas constipações. Mas neste artigo “a conversa” é muito resumida; a realidade é que existem milhares de componentes, com outros milhares de combinações possíveis. Os suplementos à base de plantas merecem, indubitavelmente, a nossa atenção e constituem uma oportunidade muito interessante de investigação. Assim, apenas um profissional de saúde competente e bem informado, como o seu dietista, farmacêutico e/ou médico, o pode informar melhor acerca do benefício real, das interacções com outros medicamentos ou alimentos que ingira e da sua adequação ao seu quadro clínico, podendo desta forma usufruir ao máximo dos benefícios dos suplementos alimentares! A “verdade, verdadinha” é que, salvo algumas exceções, como é o caso das crianças, dos idosos, dos vegetarianos, atletas de alto rendimento, grávidas, indivíduos com grandes restrições alimentares devido a doenças, ou simplesmente que optem por uma dieta pobre em bons nutrientes e rica em gorduras saturadas, ao realizarmos uma alimentação saudável, equilibrada e variada, tal como mandam as “leis” da roda dos alimentos portuguesa, não nos irá faltar nada! Respondendo ao título em questão, suplementos alimentares: sim e não! Boas escolhas alimentares! |