DEZEMBRO 2012
COMO APRESENTAR UM BEBé A UM CãO RESIDENTE
Dr. Paulo Araújo – Médico Veterinário
vetfunchal@mail.telepac.pt

Uma das perguntas frequentes feitas a um veterinário por futuros pais (ou avós) é a forma correta de introduzir um novo bebé numa casa em que já existe um cão, principalmente se esse nunca teve contacto com crianças. A maioria dos cães aceita prontamente os bebés, após um período de curiosidade inicial, no entanto, já houve incidentes infelizes em que crianças foram feridas por cães da família.

Existem três tipos de cães sobre os quais, os pais devem estar particularmente atentos: os que já manifestaram tendências agressivas contra crianças; aqueles que são agressivos para adultos e aqueles que têm um histórico de comportamento predatório (por exemplo: perseguição a pássaros, gatos ou outros mamíferos). Os cães com este historial devem ser identificados e é recomendável consultar um especialista em comportamento animal para aconselhamento sobre como devem ser geridas as futuras interações cão-criança.

Felizmente, a maioria dos cães olha para um bebé com curiosidade e não mostram sinais de agressão. No entanto, alguns percebem um bebé como um mamífero estranho e um potencial alvo de rapina. Para ajudar a evitar acidentes (por vezes graves), algumas precauções devem ser tomadas.

Os conselhos aqui explanados são direcionados para as pessoas que desejam ter um cuidado especial na introdução de um bebé num lar onde já existe um cão de família não agressivo. Os procedimentos devem começar antes do nascimento do bebé.

Porque o proprietário vai querer manter o cão tranquilo e sob controlo quando o bebé está junto dele, este deve estar habituado a sentar-se e deitar-se sob seu comando, e permanecer assim, a menos que lhe seja permitido levantar-se. Deve ser ensinado a manter-se calmo, em posição sentado/deitado, através de recompensas (treino positivo), evitando-se a punição.

O cão é inicialmente obrigado a permanecer sentado/deitado apenas por alguns segundos e este tempo é aumentado gradualmente. Depois de o cão ter demonstrado que pode permanecer nestas posições enquanto o proprietário realiza inúmeras atividades, deve então começar a simulação de procedimentos que irão ocorrer com o bebé, utilizando para o efeito um boneco, deixando que o cão acompanhe com o olhar as tarefas, mantendo-se no entanto sempre calmo e na mesma posição. Um firme “não” é apropriado se o cão se levantar, quando não deveria. Em momento algum, o proprietário deve repreender o cão com ameaças ou bater-lhe. 

Quando a mãe regressa do hospital, o cão deve ser autorizado a recebê-la sem a presença do bebé. Somente depois de se acalmar, ele deve ser apresentado. Às vezes, é boa ideia manter o cão e o bebé separados por várias horas, de forma a permitir que o animal possa começar a habituar-se à sua presença.

O momento adequado para a apresentação é após o nível de entusiasmo inicial do canídeo se dissipar e o bebé estar em silêncio. O ideal, é serem duas pessoas a fazer o procedimento, uma para controlar e recompensar o animal e outra para segurar a criança.

O cão deve ter uma coleira e sempre que se mantiver sentado/deitado é recompensado com carinho ou elogio. Aos poucos, o cão e o bebé são aproximados, sendo permitida a visualização do bebé deste que permaneça sentado. Enquanto estiver calmo, pode ficar nas proximidades da criança. Tais apresentações devem ser repetidas várias vezes durante o primeiro dia. Progressivamente o cão pode ser trazido para mais perto, de forma que lhe seja permitido cheirar o bebé, mantendo sempre uma distância de segurança.

O próximo passo é permitir que o cão esteja solto enquanto o dono está com o bebé. No entanto, a supervisão humana mantém-se. Inicialmente, quando os pais se preparam para interagir com o bebé na presença do cão, devem também englobá-lo nesses procedimentos, de forma a que não se sinta ignorado.

Não há diretrizes claras sobre quando um cão realmente aceita uma criança e começa a reconhecê-la como um membro da família. A maioria ajusta-se à presença do lactente em alguns dias, ao passo que outros podem levar várias semanas. Depois de o cão estar com a criança várias horas e se acostumar aos sons emitidos e movimentos executados por ela, os pais provavelmente podem relaxar a supervisão do animal. 


 


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