NOVEMBRO 2012
Pé PLANO
Dra. Joana Sousa – Podologista
podo.joana@gmail.com

O pé plano define-se por ausência ou abatimento do arco longitudinal interno (arcada plantar), uma malformação muito comum que, além de provocar dores locais, pode ter repercussões noutros sectores do corpo humano.

Embora possa ser provocado por inúmeros problemas, geralmente é uma patologia causada por uma excessiva laxidez ligamentar do pé, relacionada com factores constitucionais, normalmente hereditários, podendo igualmente dever-se à existência de alterações nos ossos e nas articulações (malformações congénitas, sequelas de fracturas, doenças articulares), a uma grande debilidade da musculatura do pé e da perna (doenças musculares e neurológicas) ou, em particular nos adultos, devido ao excesso de peso.

Sintomatologia

Normalmente, o que leva os pais recorrerem a uma consulta é o facto de se aperceberem das quedas frequentes do seu filho (facto justificado pela queda da arcada plantar e consequente junção dos joelhos). Poderão também haver associadas queixas de dores plantares, lombares e cansaço físico. 

É importante esclarecer que, quando a criança nasce, ainda não possui a arcada plantar, pois nessa região normalmente existe gordura, o que deixa o pé totalmente plano. A partir dos dois anos, inicia-se a formação do arco espontaneamente, pelo próprio crescimento da criança. Este desenvolvimento pode ocorrer até os 6 anos.

Numa fase inicial, esta patologia pode não apresentar qualquer tipo de sintomatologia dolorosa, apenas quando se permanece muito tempo em pé, ou após uma longa caminhada, podendo por isso passar despercebida. O problema acontece quando se permite que, durante o desenvolvimento, pequenas alterações ósteoarticulares visíveis se tornem permanentes e nesse caso, o simples facto de permanecer por breves instantes em pé pode ser motivo de queixas muito dolorosas.

Esta sintomatologia é causada pelo abatimento da arcada plantar que origina o desvio do calcanhar e que pode ser acompanhado pelo desvio do joelho. Por outro lado, se esta alteração for mais evidente num pé do que noutro, pode originar uma dismetria funcional dos membros inferiores (diferença de comprimento), com consequências na anca e na coluna vertebral (escoliose).

Tratamento

No caso de ser diagnosticado pé plano a crianças entre os 2 e os 6 anos, deve-se antes de qualquer tipo de tratamento, estimular a criança a andar descalça, em bicos de pés, na areia, relva ou na terra, pois isto fará com que a musculatura da planta do pé seja estimulada.

Após a consolidação da deformação, normalmente na idade adulta, já não é possível recuperar o seu aspecto normal através de manipulações nem de exercícios, existindo apenas duas soluções possíveis, de acordo com o caso: a utilização de suportes plantares (palmilhas) ou a cirurgia.

A intervenção cirúrgica realiza-se, sobretudo, quando a deformação óssea provoca dores intensas ou quando a deformação é acompanhada por um evidente coxear.

Se não for esse o caso, existe outro tratamento que pode ser realizado por podologistas, o tratamento ortopodológico, que neste caso seria a realização de suportes plantares personalizados (palmilhas).

Estas palmilhas são realizadas a partir de um molde do pé, em que se dá grande importância à arcada plantar, para que seja possível o apoio/correcção total desta área e não haja o tal abatimento do arco, que tanto caracteriza esta patologia.

Ao conseguirmos o correcto apoio, é possível corrigir a postura e evitar a dor resultante de todas as alterações consequentes desta patologia.


 


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