AGOSTO 2012
PARVOVIROSE CANINA
Dr. Paulo Araújo – Médico Veterinário
vetfunchal@mail.telepac.pt

A chegada do Verão coincide com o aparecimento de uma maior casuística da Parvovirose Canina. Como o próprio nome sugere, trata-se de uma virose que ataca o tubo digestivo dos cães, provocando na maior parte das vezes uma gastro-enterite hemorrágica. É um vírus relativamente recente (1978), mas dada a sua rápida disseminação, gravidade da sintomatologia e mortes causadas, assumiu rapidamente uma posição de destaque no que concerne às viroses caninas.

É um vírus com uma enorme resistência às condições ambientais, podendo manter a sua virulência até três meses após ser libertado no meio ambiente. Dada a sua enorme estabilidade, é facilmente transmissível através do pelo e patas dos animais, sapatos contaminados, roupas ou outros objectos. No entanto, fezes dos canídeos infectados são a principal fonte de contaminação. Assim sendo, não tem de haver contacto directo com um animal doente para existir transmissão. 

Os sinais clínicos resultam da invasão da parede gastro-intestinal do animal, com inflamação severa, manifestando-se os sintomas entre sete a 10 dias após a infecção inicial. Apesar de os sintomas serem variáveis de caso para caso, os mais comuns são: depressão, perda de apetite, febre, vómitos incoercíveis e diarreia profusa, sendo os primeiros sintomas normalmente os vómitos e a depressão. A diarreia apresenta frequentemente sangue e um cheiro fétido intenso. Apesar de atingir os animais de todas as idades, é mais característico atacar os cães com menos de um ano de idade, apresentando uma sintomatologia mais severa e uma taxa de mortalidade superior nos cachorros com menos de cinco meses.

O diagnóstico definitivo nem sempre é fácil, dado o elevado número de patologias que podem provocar vómitos e diarreias. No entanto, poderá ter-se uma confirmação positiva quer através da identificação da presença do vírus nas fezes ou através da detecção de anticorpos anti-CPV (Canine Parvo Virus) no soro. Outro achado clínico frequente é a presença de uma diminuição da contagem dos glóbulos brancos (leucopénia). Convém salientar que o resultado negativo a estes testes não invalida a presença de Parvovirose.

O tratamento da Parvovirose baseia-se no tratamento dos seus sintomas, visto não existir nenhum medicamento que mate ou elimine o vírus. A terapêutica consiste em fluidoterapia agressiva, para corrigir a desidratação e desiquilibrio electrolitico normalmente presentes; antibióticos para prevenir e controlar uma possivel septicémia (infecção generalizada) e drogas anti-espasmódicas para controlar os vómitos e diarreias. Sempre que iniciada precocemente e antes de instalada uma situação de sépsis, a terapêutica tem uma elevada taxa de sucesso. Existem, no entanto, algumas raças mais predispostas a desenvolver quadros agudos e graves de Parvovirose, como sejam os Rottweiller, os Doberman e os Pastores Alemães. 

Sem dúvida que a melhor forma de proteger o seu animal é a sua vacinação precoce, logo às seis semanas de idade, fazendo depois dois reforços às oito e 12 semanas. Após este protocolo vacinal inicial, basta fazer um reforço anual de forma a conferir uma imunidade consistente. Os animais que possam ter um risco de infecção superior, como sejam os cães de exposição, cães que são alojados em hotéis caninos, deverão fazer um reforço semestral. As cadelas grávidas devem ser revacinadas duas semanas antes do parto, de forma a assim transmitirem uma taxa de anticorpos anti-CPV superior aos seus cachorros. Refira-se que se trata de um vírus não transmissível aos gatos e ao homem.

Para terminar, aproveito para endereçar os desejos de umas Boas Férias a todos os leitores.


 


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