AGOSTO 2012
AVALIAçãO NUTRICIONAL
Dr. Bruno Sousa – Nutricionista
bruno.sousa@mail.com

A avaliação nutricional é um instrumento de extrema importância para monitorizar as condições de saúde. Uma nutrição inadequada conduz a um estado de malnutrição, quer por defeito (subnutrição), quer por excesso (supernutrição), ou ainda, a uma carência específica ou a um desequilíbrio nutricional, que podem, por sua vez, trazer mais complicações à saúde do indivíduo. Esta avaliação permite não só diagnosticar a malnutrição, mas também identificar quem está em risco nutricional, qualquer que seja a sua forma. Torna-se assim indispensável a identificação precoce de qualquer alteração do estado nutricional, já que a prevenção, a cura, ou atenuação das sequelas resultantes, dependerão da precocidade da intervenção.

Tendo em conta a forma como muitos se alimentam, torna-se mesmo essencial conhecer o estado nutricional não só a nível populacional, como também a nível individual. 

Continuam a persistir hábitos alimentares inadequados. Muitos são hipercalóricos, associados a grandes erros alimentares que, com os elevados níveis de sedentarismo, conduzem a um aumento excessivo da gordura corporal. Outros, fornecem pouco ao organismo, e a sua constituição passa maioritariamente por alimentos de baixo valor nutricional. Todas estas situações vão, mais cedo ou mais tarde, agravar a situação de saúde das populações. Aliás, as doenças que mais afetam a população na atualidade estão relacionadas com os maus hábitos alimentares. Por isso, a avaliação nutricional é mesmo crucial! 

Uma forma muito simples de avaliar o estado nutricional, é verificar se o peso está adequado para a estatura e idade.  

E como é que sabemos se o peso está adequado? Através de uma fórmula simples que permite calcular o índice de massa corporal (IMC): peso (kg)/ estatura2 (m). 
Para adultos, utiliza-se a seguinte classificação: 

 

IMC

Classificação

<18,5

Baixo peso

[18,5; 25[

Peso adequado

[25; 30[

Pré obesidade

[30; 35[

Obesidade grau I

[35; 40[

Obesidade grau II

≥40

Obesidade grau III



Contudo, para uma avaliação mais correta e aprofundada, é importante conhecer a composição corporal, ou seja, verificar se a distribuição dos diversos componentes corporais, como a massa gorda e não gorda, estão adequados para a idade, sexo e atividade física. 

E porque é importante a avaliação da composição corporal? É muito simples de entender se tivermos em consideração que até podemos ter um peso adequado, mas ter um excesso de gordura corporal, ou então ter um peso acima do recomendado, mas este dever-se a uma grande proporção de massa muscular, como é frequente nos desportistas. Afinal de contas, o IMC tem as suas limitações... Contudo, não deixa de ser uma forma simples para utilizar numa primeira abordagem.

Temos ao nosso dispor diversos métodos e técnicas para estimar a quantidade de gordura corporal, contudo o mais utilizado é a bioimpedância, devido ao relativo baixo custo para os dados que nos pode fornecer. É um método não invasivo e rápido de análise dos compartimentos corporais. O seu princípio é a passagem de uma corrente elétrica de baixa intensidade e de alta frequência por um condutor, que neste caso é o corpo humano. Ao fazer esta avaliação da composição corporal a um indivíduo, obtém-se um resultado qualitativo do seu peso, isto é, a informação acerca da quantidade total de massa gorda e de massa não gorda (que engloba a massa muscular, os ossos, entre outros componentes).

Contudo, para a avaliação da composição corporal através da bioimpedância, são exigidas determinadas condições para realizar este exame e nem todas as pessoas podem realizá-lo. Por outro lado, nem todos os aparelhos fornecem valores com uma estimativa fidedigna da gordura corporal total. 

A composição corporal é dependente da idade e sexo - a massa gorda aumenta com a idade e é maior no sexo feminino. Existem várias tabelas de valores de referência para a percentagem de gordura corporal, mas de uma forma geral, estes situam-se nos homens entre os 10 e os 20% e nas mulheres entre os 20 e os 35%. Há, por isso, que adequar a cada situação. 

Outro parâmetro antropométrico importante a avaliar é o perímetro da cintura. A obesidade abdominal associa-se a complicações metabólicas e a doenças cardiovasculares, pelo que medir a cintura também é muito útil. É recomendado um perímetro da cintura inferior a 80cm nas mulheres e a 94cm nos homens. 

Convém reforçar que todos os valores aqui apresentados são para a população adulta. Para crianças e jovens, que estão em crescimento, assim como para outras populações específicas, existem os respetivos dados de referência.

E para terminar, gostaria de realçar que foi aqui apenas apresentada uma muito breve descrição da avaliação nutricional, e que para uma correta avaliação do estado nutricional, deve consultar o seu nutricionista, que irá enquadrar a sua situação, e de acordo com os apropriados dados antropométricos, bioquímicos, clínicos e alimentares, irá fornecer-lhe a informação detalhada sobre o seu estado nutricional.
  


 


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