JULHO 2012
QUEIMADURA SOLAR
Dra. Ana Ramos – Farmacêutica
ana.ramos@farmaciadocanico.pt

De acordo com a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), todos os anos mais de 10 mil novos casos de cancro de pele são detectados e cerca de 90% destes casos devem-se à exposição solar excessiva, principalmente devido a um curto período de férias com uma elevada exposição ao sol.

O bronzeamento é um processo de escurecimento da pele como resposta fisiológica natural à radiação ultravioleta (UV). Os melanócitos, células presentes na epiderme, absorvem essas radiações sofrendo lesões no seu DNA produzindo um pigmento chamado melanina que dá a tonalidade escura à pele. Numa situação de exposição excessiva às radiações UV a capacidade de protecção dos melanócitos diminui, originando uma queimadora solar. A capacidade de protecção da nossa pele depende da quantidade de melanócitos presentes, sendo proporcional à tonalidade da pele de cada pessoa, pois peles mais claras têm menos melanócitos logo menor capacidade de protecção contra os raios UV. 

Exitem dois tipos de radiações UV: as de maior comprimento de onda, as UVA, e as de menor comprimento de onda, as UVB. As primeiras, que atingem mais profundamente a pele, são as grandes responsáveis pelo envelhecimento cutâneo e pelas alergias ao sol, já as segundas são radiações que atingem apenas a derme, mas são as principais causadoras das queimaduras solares e dos carcinomas cutâneos.

A queimadura solar ocorre inicialmente com uma vermelhidão; mais tarde podem aparecer diferentes graus de dor, dependendo da duração e da intensidade da exposição. A queimadura solar pode persistir até 24 horas ou 72 horas após a exposição, ocasionalmente seguida por uma escamação da pele que pode durar entre 3 a 8 dias. Fraqueza, dor, edema, comichão, calor na área afectada são sintomas comuns numa queimadura solar de 1º ou 2º grau. Se aparecerem bolhas, deve-se consultar o médico. 

A maior parte dos protectores solares protegem-nos das radiações UVB mas nem todos têm a capacidade de nos proteger das radiações UVA. A melhor opção é seleccionar um protector de alto espectro, que permite proteger das radiações quer do tipo UVB quer do tipo UVA. O Factor de Protecção Solar (FPS) indica a capacidade de um protector solar proteger dos efeitos da radiação UVB sobre a pele. Quanto maior for o índice de protecção, maior será a sua eficácia.

As queimaduras solares podem, a longo prazo, contribuir para o desenvolvimento de um cancro da pele.  Estas são as principais medidas de protecção:
- Optar por uma exposição solar lenta e progressiva;
- Usar chapéu, uma t-shirt e óculos de sol quando estiver ao sol;
- Aplicar protector solar 30 minutos antes da exposição solar, renovar a cada 2 horas e após cada banho, mesmo que o protector seja resistente à água;
- Evitar horas de maior incidência dos raios UV (11h - 17h);
- Consumir frutas, legumes e beber muita água;
- Não expor crianças com menos de 1 ano de idade directamente ao sol.

Determinados medicamentos, tais como antibióticos, ansiolíticos, anti-inflamatórios ou anticoncepcionais, tornam a pele mais sensível à radiação UV. Pessoas com um fototipo I e II, ou seja, pessoas com pele clara e olhos claros têm maior propensão para sofrer uma queimadura solar.

Numa queimadura solar, um banho de água fria pode ser a primeira medida a tomar, pois alivia de imediato a dor. Aplicar compressas frias e húmidas, retirar todos os objectos que conservam calor (anéis, colares, brincos), protejer a zona queimada com um lenço ou um pano limpo são medidas a tomar perante uma queimadura solar. Existem vários produtos no mercado que ajudam a aliviar a dor e a reparar a pele após uma exposição solar, são cremes e géis com produtos específicos para essas situações. A dor pode também ser tratada com analgésicos como paracetamol ou ibuprofeno. Em situações de urticária associada à queimadura, os antialérgicos podem ajudar a aliviar essa sensação. Deve-se também beber bastante água. 


 


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