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É necessário desmistificar a relação entre exercício físico e a população idosa, que hoje em dia ainda não se encontra totalmente esclarecida no seio da sociedade. Que tipo de alterações o idoso vai sofrendo com os passar dos anos? O exercício ajuda? É seguro? Estas são algumas das questões que muitas pessoas gostariam de ver esclarecidas e a que tentaremos, de uma forma muito sucinta e prática, responder.

A prática do exercício físico está entre as atividades mais saudáveis a que os idosos podem recorrer para melhorar a sua saúde. Muitos têm medo que os exercícios físicos sejam muito extenuantes ou que possam prejudicá-los a nível da sua saúde, o que está completamente errado, especialmente se estiverem a ser acompanhados por um profissional da área de Educação Física e Desporto.

Vários estudos mostram que os exercícios físicos são seguros para todas as faixas etárias e que as pessoas idosas prejudicam mais sua saúde ao não praticar atividade física. Todos nós estamos sujeitos ao processo de envelhecimento e, consequentemente, a diversas alterações, sejam elas psicológicas, físicas ou de outra ordem… Tornamo-nos mais frágeis, com menos mobilidade, menos confiança ao andar, ao segurar objetos, mais dependência, etc., o que influencia a qualidade de vida.

O nosso sistema nervoso central está sujeito a estas alterações e uma vez que é responsável pelas sensações, isto vem a afetar os movimentos, funções biológicas, psíquicas, entre outros. Outros aspetos que se alterarão com a idade incluem a redução da capacidade aeróbica, resistência cardio-vascular e a força.

Assim, torna-se necessário esclarecer que o exercício físico regular poderá contribuir para aumentar e manter a aptidão física dos idosos, melhorando o bem-estar funcional e acabando por diminuir a taxa de morbidade e mortalidade.

Um idoso com um estilo de vida sedentário pode apresentar perdas em quatro áreas importantes para sua saúde e independência: força, equilíbrio, flexibilidade e resistência.

Várias pesquisas sugerem que a prática dos exercícios físicos podem ajudar as pessoas idosas a manter ou recuperar estes aspetos, passando a apresentar um maior bem-estar geral.

Atenção, que o facto de envelhecer não significa que as pessoas devam perder a habilidade de fazer tarefas diárias. Há que incentivar os exercícios físicos, numa perspetiva de ajudar os idosos a sentirem-se melhores e a aproveitarem mais a vida, melhorando a auto-estima, de modo a que não se achem muito velhos ou fora de forma física. 

O simples facto de melhorar a força e resistência torna mais fácil simples a realização de tarefas diárias como subir escadas e carregar objetos. A melhoria no equilíbrio ajuda a prevenir quedas e o facto de ficar mais flexível pode acelerar a recuperação de lesões, por exemplo.

O ideal em qualquer idade é que, antes da prática de qualquer atividade física, os interessados devem consultar o seu médico, a fim de confirmar que não apresentam quaisquer contra-indicações para a prática do exercício físico. Em idades mais avançados isto toma particular relevo, aconselhando-se sempre que, principalmente os homens acima dos 40 anos e mulheres acima dos 50 marquem uma consulta com o seu médico antes de começarem a prática do exercício físico. 

Numa perspetiva muito generalista e simplista, podemos salientar quatro tipos de “exercícios” que assumem alguma importância para que os idosos se mantenham saudáveis e independentes: força, equilíbrio, flexibilidade e resistência. Em todo este processo, é absolutamente fundamental que o idoso procure orientação de um profissional de educação física e desporto qualificado, que irá orientar e combinar os exercícios físicos que mais se adequarão às necessidades e características de cada pessoa.

Os idosos que pratiquem exercício físico terão garantidamente um impacto positivo na sua qualidade de vida à medida que envelhecem.