JUNHO 2012
ENVELHECIMENTO ATIVO PARA UMA VIDA SAUDáVEL!
Dra. Dina Camacho e Dra. Nélia Paulino – Fisioterapeutas
reabilitesse@sapo.pt

Portugal antecipa um crescimento da população idosa, sendo que até 2050 a mesma duplicará, atingindo os 31,9% (UMCCI, 2007) e a esperança média de vida à nascença será, para a mesma data, 87,7 anos para o sexo feminino e 82,7 anos para o sexo masculino (Lopes et al., 2010). O constante aumento da esperança média de vida tem conduzido ao aumento da prevalência de situações de cronicidade e incapacidade, face às quais se deve “promover a funcionalidade, prevenindo, reduzindo e adiando as incapacidades” - Decreto – Lei 101/2006 de 6 de Junho (Lopes et al., 2010).

Será o envelhecimento um problema? 
O Programa Nacional para a Saúde das Pessoas Idosas (DGS, 2004) sublinha que o envelhecimento não é um problema, mas uma parte natural do ciclo de vida, sendo desejável que constitua uma oportunidade para viver de forma saudável e autónoma o maior tempo possível, o que implica uma ação integrada ao nível da mudança de comportamentos e atitudes da população em geral. 

Como prolongar a qualidade de vida e autonomia no idoso?
O processo natural de envelhecimento compreende o declínio do sistema nervoso central, sistema cardiovascular e sistema respiratório, o que não impede o idoso de viver esta etapa, com qualidade de vida, funcionalidade e autonomia. Isto porque, existem fatores predisponentes ao declínio funcional que podem ser modificados ou prevenidos, nomeadamente a inatividade física, o medo de cair, a obesidade, isolamento e algumas doenças (diabetes, AVC, HTA, problemas respiratórios) (DGS, 2006; Pinho et al., 2006; Caeiro, et al., 2008). 

Destes fatores, destaca-se a inatividade física, pois existe evidência sólida de que o sedentarismo está relacionado com o desenvolvimento de 20% das doenças cardiovasculares (AVC, enfarte miocárdio) e outras doenças relacionadas com a diabetes, obesidade, saúde mental (demência e depressão), pelo que o papel da atividade física na prevenção de doenças crónicas não deve ser subestimado (BHFNC, 2010).

Então qual é o papel da atividade física?
Existe evidência sobre a importância da atividade física na qualidade de vida do idoso e nos efeitos fisiológicos, psicológicos e sociais, no imediato e a longo prazo. A nível fisiológico, a atividade física promove a manutenção da mobilidade, contribuindo, consequentemente, para uma melhor saúde óssea, muscular e articular e para a diminuição do risco de queda e das lesões associadas. A nível psicológico e social, a atividade física estimula a interação social, prevenindo o isolamento e a instalação de quadros depressivos (BHFNC, 2007; Sims et al., 2009). 

Qual o papel da família e cuidadores, na ajuda ao idoso?
Envelhecer com saúde, autonomia e independência, constitui um desafio à responsabilidade individual e coletiva - família e sociedade envolvente (DGS, 2004). Cada vez mais, se assiste nas famílias, a uma superproteção do idoso e uma subestimação das suas capacidades. Os familiares e cuidadores deverão apenas supervisionar e não substituir o idoso na realização das suas tarefas diárias. A substituição e repreensão ao idoso, nas suas tarefas diárias, poderá contribuir para medo de cair, diminuição da autoconfiança e autoeficácia, estimulando o ciclo medo-evitamento, ou seja, o medo causa faz com que o idoso deixe de realizar as atividades diárias, como sair de casa, regar as flores, ir ao supermercado, lavar o quintal, etc. Esta rotina sedentária promove a deterioração da condição física e mental, acelerando o declínio funcional (Carvalho, Pinto & Mota, 2007).
Então, como ajudar o idoso?
Deve-se participar nas atividades diárias do idoso, mas com um papel secundário, e se for possível, apenas de supervisão, pois cabe ao idoso ter um papel principal e sobretudo, ACTIVO, na sua rotina diária. Este deverá manter a realização das atividades diárias, desde as mais básicas, como vestir/despir, comer, tomar banho, até às mais complexas, como ir às compras, cozinhar, passear, regar as flores, brincar com os netos, arrumar a casa, entre outras.  Nos casos em que a autonomia e independência estejam condicionadas à ajuda de terceiros, deve-se prestar uma ajuda mais participativa por parte da família e cuidadores, contudo não descuidando do que o idoso consegue fazer. 


 


seara.com
 
2009 - Farm´cia Caniço
Verified by visa
Saphety
Paypal