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Este artigo destina-se à população em geral, porque todos um dia lá chegaremos ou, de alguma forma, poderemos ajudar os mais idosos que nos rodeiam, sejam eles familiares ou amigos. São dicas simples e importantes, que podem melhorar em muito a qualidade de vida.

Infelizmente, mais de 80% dos nossos idosos são desdentados parciais ou totais. Por razões culturais e porque a medicina dentária só começou a evoluir no nosso país de uma forma mais visível, a partir dos anos 80. Até então, o tratamento de eleição era a extracção. Daí que, a grande maioria da nossa população idosa seja desdentada. Na terceira idade, os problemas mais frequentes, para além da falta de dentes, prendem-se com próteses dentárias, gengivas, mucosas e a patologia oral e cáries radiculares.

Durante esta fase da vida, o problema mais comum é mesmo a ausência de dentes por perda, devido a problemas gengivais prolongados, cáries extensas normalmente radiculares, extracções múltiplas no decorrer da juventude ou na idade adulta. A ausência de várias peças dentárias, acarreta não só dificuldades na mastigação, bem como ao nível da fonética, estética e problemas funcionais. A ausência, por exemplo, de dentes molares, dificulta a correcta mastigação dos alimentos, causando problemas a jusante, nomeadamente no processo digestivo.

Fonética - A dificuldade em falar ou expressar certas palavras ou sons, é um problema comum dos desdentados parciais ou totais.

Estética – Para além dos aspectos sociais, a ausência de dentes, cria uma certa depressão nos tecidos labiais e jugais, condicionando um aspecto mais envelhecido ao desdentado.

Funcionais - A perda de um único dente, faz com que os outros possam sofrer rotações ou modificações da sua posição original, causando problemas na mastigação e no próprio “encaixe” entre dentes, o que origina problemas articulares (estalidos, dor).

Quando se perdem dentes, há várias formas de os substituir e proceder a reabilitação oral. É possível recorrer às Próteses removíveis, Próteses fixas e Implantes. Qualquer uma destas formas de reabilitação favorece a acumulação de placa bacteriana, podendo ser prejudicial aos dentes remanescentes, pois é mais fácil desencadear-se um problema gengival/periodontal. Assim, para que estes problemas não surjam, é fundamental manter uma boa higiene oral, uma boa higiene da prótese e fazer consultas de manutenção periódicas com o seu médico dentista

A placa bacteriana é uma das principais causas de problemas gengivais e do periodonto (tecidos de suporte dos dentes).

A doença periodontal, caracteriza-se por três fases: a gengivite, a periodontite e a periodontite avançada. Os sinais da periodontite muitas vezes são imperceptíveis, o que conduz à evolução da doença sem nos apercebermos. São exemplos desses sinais: as gengivas inchadas, o sangramento espontâneo, o mau hálito, dentes com mobilidade. Se não actuarmos durante o decorrer da idade adulta sobre este tipo de patologia, é natural, que esta se torne mais agressiva na terceira idade. É então que os dentes começam a “abanar” e por vezes, até cair, por ausência de suporte ósseo e gengival.

Com o avançar da idade e, muitas vezes, também fruto da medicação ou próteses dentárias mal adaptadas, surgem situações de desconforto ou dolorosas na cavidade oral. Estas situações diminuem consideravelmente a qualidade de vida do indivíduo. As situações mais frequentes são a boca seca, (normalmente por medicações ou tratamento de radioterapia ou quimioterapia), patologia associada ao uso de próteses mal adaptadas. 

O uso de próteses dentárias, em particular removíveis, pode desencadear determinadas situações patológicas, que devem ser tratadas. Contudo, muitas destas situações não são dolorosas ou facilmente visíveis, daí a importância de fazer visitas regulares ao seu médico dentista, mesmo sem um único dente na boca.

Conclui-se assim que, mesmo na terceira idade, é importante mantermos uma boa saúde oral. Para isso, bastam gestos simples, uma boa escovagem dos dentes remanescentes, uma boa higiene das próteses, caso existam, e visitas anuais ao seu médico dentista. 

Com gestos simples, pode melhorar em muito a sua qualidade de vida, e até prolongá-la.