FEVEREIRO 2012
PARASITAS INTESTINAIS
Dr. Paulo Araújo – Médico Veterinário
vetfunchal@mail.telepac.pt

A problemática dos vermes intestinais que afligem os cães e gatos é bastante relevante, dada a sua frequência. São encontrados por norma, como o próprio nome indica, no intestino, onde se alimentam e se reproduzem. Causam no seu hospedeiro (cão ou gato) diversos transtornos, mais ou menos graves, consoante o grau de infestação. Os sintomas mais comuns são: diarreias severas, por vezes com sangue e muco; vómitos; pêlo em mau estado, sem brilho e áspero; emagrecimento acentuado (caquexia) nos animais adultos e atraso marcado no crescimento nos animais jovens; e nos casos de infestações severas, convulsões e mesmo morte.

Tendo em consideração a sua forma, os vermes intestinais dividem-se em vermes redondos (nemátodes), vulgarmente conhecidos por “lombrigas”, e vermes achatados (cestodes), vulgarmente conhecidos por “ténias”. Atingem todos os animais independentemente do seu estilo de vida, apesar de o risco parasitário depender do seu grau de exposição aos potenciais factores de transmissão. Apesar de os parasitas poderem aparecer nas fezes, a sua ausência não elimina a possibilidade de o animal estar contaminado.

Estes parasitas assumem particular importância, visto constituírem uma zoonose, ou seja, também podem afectar acidentalmente o homem, em particular as crianças e os idosos. A principal forma de os humanos serem contaminados é, no caso das crianças, a não lavagem das mãos após brincarem com os animais, e no caso dos adultos, através da ingestão de frutas e legumes não lavados convenientemente. 

No caso dos humanos, os sintomas mais frequentes são diarreias, por vezes com sangue; lesões oculares que podem inclusive levar à cegueira (quando as larvas de Toxocara canis atingem os olhos); lesões hepáticas ou pulmonares (provocadas pela forma larvar do Equinococcus granulosus). É claro que estas situações são, felizmente, raras no nosso país, mas devem continuar a merecer da nossa parte particular atenção para que assim continuem a ser.

Os cães e gatos infestam-se com estes parasitas principalmente por quatro vias:
1- Via ambiental: ingerindo ovos ou larvas infectantes do parasita que existem no meio ambiente, ou através da penetração activa de larvas pela pele das extremidades ou do abdómen;
2- Via transplacentária e via transgalactogénea: a mãe pode transmitir alguns  parasitas aos seus filhotes, quer através da migração transplacentária, quer através do leite, daí ser de primordial importância que as progenitoras sejam correctamente desparasitadas antes da gravidez;
3- Higiene diária: os cães e os gatos, ao se lamberem, podem ingerir ovos de parasitas que transportam no seu pêlo, e podem também ingerir pulgas, que são o hospedeiro intermediário da ténia Dipilidyum caninum;
4- Via alimentar: ingerindo animais ou parte de animais que podem ser hospedeiros intermediários de alguns parasitas.

Em face do atrás exposto, é de primordial importância, que os nossos animais estejam sempre correctamente desparasitados. Esta desparasitação deve ser realizada três a quatro vezes por ano, consoante o risco potencial de contaminação do animal. Existem actualmente no mercado novos antiparasitários com capacidade larvicida, constituindo os produtos que se encontram na vanguarda do combate às parasitoses. Informe-se junto do seu veterinário assistente qual o melhor desparasitante para o seu animal e qual a frequência de administração recomendada.


 


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